
Em 2024, o Distrito Federal e nove estados brasileiros apresentaram rendimento médio domiciliar por pessoa acima da média nacional, que ficou em R$ 2.069. Entre esses estados, todos estão concentrados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com destaque para o Distrito Federal, que lidera o ranking com um rendimento de R$ 3.444, valor 66% superior à média do país. Em seguida, São Paulo aparece na segunda posição, com R$ 2.662, seguido por Rio Grande do Sul (R$ 2.608), Santa Catarina (R$ 2.601) e Rio de Janeiro (R$ 2.490). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (28), no Rio de Janeiro.
No Nordeste, nenhum estado ultrapassou a média nacional, mas algumas unidades da federação da região ficaram próximas a esse patamar. O Rio Grande do Norte, por exemplo, registrou rendimento domiciliar per capita de R$ 1.616, o maior da região, enquanto Sergipe apresentou R$ 1.473 e Pernambuco R$ 1.453. Esses três estados se aproximam da média nacional e se destacam no contexto regional. Paraíba (R$ 1.401), Bahia (R$ 1.366) e Piauí (R$ 1.350) vieram em seguida.
O mais pobre no Nordeste
O Maranhão, por outro lado, registrou o menor rendimento médio domiciliar por pessoa entre todos os estados do país, com R$ 1.077. A diferença entre o rendimento do DF e do Maranhão chega a 3,19 vezes. Os estados nordestinos, em geral, ainda enfrentam desafios relacionados à renda e ao mercado de trabalho, refletindo em índices mais baixos em comparação com outras regiões do país. Mesmo assim, o crescimento de setores como comércio, serviços e programas sociais tem contribuído para a melhoria gradual desses indicadores.
O cálculo do rendimento domiciliar per capita é feito considerando o total dos rendimentos de trabalho e de outras fontes, como aposentadorias, benefícios sociais e transferências de programas do governo, divididos pelo número de moradores de cada domicílio. Os dados integram a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e são utilizados para definir os critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE), conforme estabelece a Lei Complementar 143/2013. As informações são enviadas ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ajudam a definir o volume de repasses da União para cada estado.
O IBGE ressalta que os dados divulgados são valores nominais, ou seja, não consideram a inflação e refletem uma “fotografia” do ano de 2024. Por isso, não é possível comparar diretamente com anos anteriores ou calcular taxas de crescimento. A série histórica corrigida, que permitirá comparações com outros períodos, será divulgada em maio.
Consequência da baixa renda
A renda média domiciliar per capita abaixo da média nacional gera uma série de reflexos que impactam diretamente o desenvolvimento econômico e social da região. Com menor poder de consumo, as famílias enfrentam mais dificuldades para adquirir bens e contratar serviços, o que limita o crescimento de setores como comércio, turismo e indústria local. Essa realidade também aumenta a dependência de programas sociais, como o Bolsa Família, que se tornam fundamentais para complementar o orçamento familiar e garantir o acesso a necessidades básicas.
Além disso, a renda mais baixa restringe o acesso a serviços privados de saúde, educação e segurança, aumentando a sobrecarga sobre os sistemas públicos já fragilizados em muitos estados do país. A menor remuneração também contribui para a migração de profissionais qualificados para outras regiões em busca de melhores oportunidades, agravando a fuga de talentos e dificultando a retenção de mão de obra qualificada.
A atratividade de investimentos privados também é afetada, uma vez que empresas tendem a priorizar mercados com maior poder de compra e infraestrutura mais consolidada. Com isso, a geração de empregos formais de maior remuneração em estados com baixa renda fica comprometida, reforçando a informalidade e perpetuando um ciclo de pobreza e estagnação econômica.
Confira abaixo o ranking completo de rendimento domiciliar mensal per capita por estado:
UF | Rendimento domiciliar mensal per capita (R$) |
---|---|
Distrito Federal | 3.444 |
São Paulo | 2.662 |
Rio Grande do Sul | 2.608 |
Santa Catarina | 2.601 |
Rio de Janeiro | 2.490 |
Paraná | 2.482 |
Mato Grosso | 2.276 |
Mato Grosso do Sul | 2.169 |
Espírito Santo | 2.111 |
Goiás | 2.098 |
Média Brasil | 2.069 |
Minas Gerais | 2.001 |
Tocantins | 1.737 |
Rondônia | 1.717 |
Rio Grande do Norte | 1.616 |
Roraima | 1.538 |
Amapá | 1.514 |
Sergipe | 1.473 |
Pernambuco | 1.453 |
Paraíba | 1.401 |
Bahia | 1.366 |
Piauí | 1.350 |
Pará | 1.344 |
Alagoas | 1.331 |
Acre | 1.271 |
Amazonas | 1.238 |
Ceará | 1.225 |
Maranhão | 1.077 |
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