A geração solar fotovoltaica gerou investimentos da ordem de R$ 54,9 bilhões em 2024 com um crescimento de 30% com relação ao ano anterior, segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar). Esse total inclui a implantação de grandes usinas – conhecidas como empreendimentos de geração centralizada – e a geração distribuída (GD), formada por pequenos sistemas, como os instalados nos telhados das casas. O crescimento foi puxado pelas usinas de GD.
Em 2024, a fonte solar adicionou mais 14,3 gigawatts (GW) de capacidade instalada ao País, o que foi um recorde. Para o leitor ter ideia, a hidrelétrica de Itaipu tem 14 GW de capacidade instalada e é uma das maiores do mundo.
Do total instalado em geração solar no ano passado, 8,7 GW vieram da geração distribuída e 5,7 GW de geração centralizada, de acordo com a ABSolar. Desde 2012, o Brasil acumulou 52,2 GW de potência operacional da fonte solar, sendo 35 GW de geração distribuída e 17,2 GW de geração centralizada. Os 52,2 GW representam epresentam 21,3% da potência instalada da matriz elétrica nacional. Desse modo, a solar passou a ser a segunda maior fonte do País, perdendo apenas para as hidrelétricas.
Ainda de acordo com o levantamento da entidade, o setor trouxe investimentos da ordem de R$ 239 bilhões incluindo todos os tipos de empreendimentos de geração solar desde 2012.
O Brasil já tem mais 3,1 milhões de pequenos sistemas solares fotovoltaicos, similares aos que são implantados em telhados, e conectados à rede elétrica em operação, beneficiando diretamente 4,6 milhões de unidades consumidoras, entre residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos. A energia gerada por esses pequenos sistemas pode ser consumida em mais de um endereço.
O CEO da ABSolar, Rodrigo Sauaia, afirma que a energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil, inclusive ajudando no crescimento sustentável da economia, por ser a fonte renovável que mais gera emprego e renda no mundo.
Investimento em geração solar em 2025
Para 2025, o setor projeta um investimento de R$ 39,4 bilhões. Vários fatores contribuirão para o cenário de redução dos investimentos como o aumento da tributação das placas fotovoltaicas aprovada pelo governo federal – que já está em vigor a partir de uma certa quantidade de placas importadas – e os cortes de geração das usinas centralizadas instaladas no Nordeste, o que fez estes empreendimentos gerarem uma quantidade menor de energia.
O CEO da Kroma Energia, Rodrigo Mello, cita que há fatores positivos e negativos no atual cenário econômico. Os negativos, segundo ele, são a alta dos juros que “torna maior o desafio para os projetos estruturadores saírem do papel” e a alta do dólar que impacta o preço da compra das placas fotovoltaicas importadas a serem usadas neste tipo de geração.
“Ainda há espaço para crescer mesmo com o cenário com fatores negativos. Ainda tem um enorme mercado para instalar painéis fotovoltaicos em empreendimentos comerciais, residenciais. É uma fonte de rápida instalação, fácil de implantar e as tarifas ainda estão elevadas principalmente na baixa tensão residencial”, resume Rodrigo Melo.
No ano passado, a Kroma Energia em parceria com a Eletron inauguraram uma usina de geração solar em Flores, no Sertão de Pernambuco. As duas empresas vão continuar investindo em novos parques este ano, como a Usina Fotovoltaica Colinas, em Garanhuns, no Agreste pernambucano.
As obras das usinas de Garanhuns começam no segundo semestre deste ano com um investimento previsto de R$ 400 milhões. Os empreendimentos fazem parte de uma PPP e vão fornecer energia à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Segundo Rodrigo, a empresa acelerou a compra das placas solares importadas para chegarem ainda com a cobrança da tributação menor.
*Com informações da ABSolar
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