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Score em tempo real: atualização da Serasa deve gerar R$ 13 bi e beneficiar NE

O economista-chefe da Serasa, Luiz Rabi, afirma que a a "limpeza automática de nome" irá impactar principalmente as pessoas das classes C, D e E, as mais negativadas
A nova atualização da Serasa irá impactar, principalmente, as regiões Norte e Nordeste, que concentram a maior proporção de pessoas das classes C, D e E
Para poder ter a atualização do score em tempo real, o usuário precisa acessar o aplicativo e fazer o pagamento exclusivamente através da chave Pix que será disponibilizada. Foto: Serasa/Divulgação

A atualização do Serasa score, que levava cerca de nove dias para ser modificada, acontecerá de forma instantânea a partir de fevereiro. A informação foi anunciada nesta quinta-feira (16) durante coletiva de imprensa on-line com o diretor de serviços de crédito da empresa, Giresse Contini, e o economista-chefe Luiz Rabi.

“O sistema informava a Serasa, que pegava e recebia a informação da baixa para atualizar os dados. Esse processo, no mercado, demorava. Agora, a Serasa está trazendo uma solução que consegue unificar a baixa instantânea da negativação com a atualização em tempo real do score, dando ao usuário novas possibilidades”, explica Contini, chamando a iniciativa de “nova era do crédito”.

Para poder ter a atualização do score em tempo real, o usuário precisa acessar o aplicativo e fazer o pagamento exclusivamente através da chave Pix que será disponibilizada. Futuramente, há a possibilidade de ampliar as opções de formas de pagamento.

“A Serasa não necessita mais depender do credor para avisar a empresa que a dívida foi paga. Agora temos acesso à informação do pagamento e fazemos a baixa da negativação. No mesmo instante, será possível atualizar o score que o consumidor vê e, mais importante, o score que todo o mercado vê para análise de crédito”, celebra o diretor de serviços, estimando que as negociações de dívidas por mês realizadas através do aplicativo da Serasa possuem uma média de 3,7 milhões e, com a nova medida, devem aumentar ainda mais.

Luiz Rabi explica que a medida se transforma em um grau maior de eficiência para o mercado, ou seja, um impacto permanente. Com isso, o mercado de crédito passará a funcionar de uma forma muito mais eficiente do que funciona atualmente.

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Serasa prevê resultado em curto prazo

“Os impactos são de curto prazo, com a antecipação de consumo, mas o impacto muito mais importante é o impacto permanente no ganho de eficiência que isso traz para o mercado de crédito e, de fato, para a economia brasileira, melhorando a forma como os créditos são concedidos e como a economia funciona”, comemora.

Rabi comenta que a novidade, aliada a baixa da negativação — remoção do nome de uma pessoa ou empresa dos cadastros de inadimplentes —, deve gerar um impacto potencial de R$ 13 bilhões, que representam o valor que pode ser agregado à economia em termos de crédito, à medida que mais pessoas recuperam o acesso ao crédito e aumentam suas compras.

“A nova solução, que permite que as pessoas consigam, em tempo real, regularizar sua negativação, atualizar seu score e, no mesmo instante, recuperar o acesso ao crédito, tem o potencial de gerar um consumo de R$ 13 bilhões, o equivalente ao que o varejo movimentou no Dia das Mães do último ano”, explica o economista-chefe.

Solução deve impactar diretamente no PIB brasileiro

Dólar
Fatores externos, como a alta do dólar, aumento da inflação da taxa de juros para contornar o impacto inflacionário impactam na desaceleração da economia nacional. / Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Luiz Rabi comenta que, no cenário macroeconômico atual, acometido pela alta do dólar, aumento da inflação da taxa de juros para contornar o impacto inflacionário, haverá uma desaceleração na economia nacional. Para o economista, os últimos três anos foram importantes para o crescimento do PIB, mas 2025 será um ano desafiador, pois o governo está tendo problemas para equilibrar suas contas e suas finanças.

“As projeções de crescimento [para 2025] estão girando em torno de 1,5% a 2% para o crescimento econômico brasileiro este ano. A nova medida não vai salvar o PIB, mas vai fazer com que a desaceleração prevista para este ano seja um pouco menor do que o que os economistas estão prevendo”, comenta Rabi.

O economista ainda chama atenção para uma mudança efetiva no panorama macroeconômico, afirmando que pode a solução pode acarretar em um aumento entre 0,01% no PIB, levando em consideração que o índice totalizou R$ 3 trilhões no terceiro trimestre de 2024.

Verejo será um dos segmentos mais beneficiados

Luiz Rabi atesta que os setores que lidam com crédito de forma direta, como o varejo, imobiliário e automotivo serão mais beneficiados por essa medida. Mas cita também impactos indiretos em todas as cadeias produtivas que orbitam em torno desses setores.

“As pessoas usam o crédito basicamente para trocar uma dívida velha e cara por outra mais barata, aumentar patrimônio ou adquirir bens, como veículos e bens duráveis. Por exemplo, o setor de móveis movimenta toda a construção civil e o setor de veículos movimenta toda a indústria automotiva e suas cadeias. Então, de certa forma, todos serão impactados”, explica.

Classes sociais C,D e E do Norte e Nordeste serão as principais impactadas

Segundo a nova métrica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), válida desde 1º de janeiro deste ano, 68% dos brasileiros pertencem as sociais classes C, D e E. Desse universo, a classe D representa 42% da Região Norte e, no Nordeste, essa fatia chega 47%. Já as classes mais ricas, A e B, representam 16% na Região Norte e 13% no Nordeste — diferente das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, quais quais a metade da população pertence à classe C.

Nesse cenário, a nova medida implementada pelo Serasa promete beneficiar as classes C, D e E do Norte e Nordeste: “Se olharmos para a geografia do Brasil, posso afirmar, sem sombra de dúvida, que as regiões Norte e Nordeste seriam as mais beneficiadas em comparação a outras regiões, como o Sul. Isso ocorre porque a taxa de inadimplência nesses locais é significativamente maior do que nos estados da região Sul, por exemplo”, afirma o economista-chefe Luiz Rabi.

Giresse ainda afirma que, nas edições do Serasa Limpa Nome, os estados de Salvador e Fortaleza são os que mais têm pessoas interessadas em renegociar suas dívidas. “São duas localidades extremamente representativas para nós. Apesar de sempre incentivarmos que as pessoas utilizem o aplicativo da Serasa, sabemos que uma parcela da população ainda não é tão digital. Esse público prefere o atendimento presencial, muitas vezes para contar a sua história, explicar os motivos que levaram ao endividamento. Isso é algo que observamos com frequência”, conclui o diretor.

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