As Micro e Pequenas empresas (MPEs) e os Microempreendedores Individuais (MEIs) do Nordeste exportaram US$ 140 milhões em produtos em 2023. O total das exportações cresceu 128% na última década, que tem tidovariações anuais positivas desde 2016. O valor foi capitalizado por um total de 570 CNPJs, o que representa uma média de faturamento de US$ 245,6 mil para cada.
O objetivo do Governo Federal é aumentar a participação das MPEs e MEIs na exportação, principalmente daquelas localizadas nas regiões Norte e Nordeste do País.
Para isso, nesta semana o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) lançaram a Plataforma Brasil Exportação.
O recurso disponibiliza informações e a rede de apoio disponível no exterior para impulsionar a venda de produtos brasileiros para outros países. Já foram catalogadas mais de 120 localidades, distribuídas em 87 países, nos cinco continentes. Mais de 70 mil usuários já se cadastraram na plataforma.
O recurso é vantajoso especialmente para as pequenas empresas, como explica Gustavo Reis, analista de Acesso a Mercados do Sebrae, já que esses negócios “têm condições de conhecer qual tipo de apoio pode ter no local para onde deseja exportar ou se instalar”.
“Além das instituições no Brasil, ela pode ter um suporte, um apoio desses escritórios lá fora como estudos de inteligências, apoio em feiras, identificação de potenciais compradores, legislações locais”, completa.
Escritórios por região e países importadores
O escritório da Apex Brasil Nordeste fica localizado no Recife, em Pernambuco. Lá as empresas têm acesso a suporte personalizado com atendimento que busca entender as necessidades específicas de cada empresa facilitando e permitindo a internacionalização do negócio.
As empresas devem solicitar o serviço através de endereço de e-mail exclusivo.
Os Setores de Promoção Comercial estão disponíveis nos países da América do Sul, Estados Unidos, África do Sul, Angola, Nigéria, Austrália, Portugal, Itália e outros.
Dados da exportação no Nordeste
Em 2023, as MPEs e os MEIs do Nordeste exportaram US$ 140 milhões em produtos. Os dados são do levantamento “Exportação e Importação por Porte Fiscal das empresas”, elaborado pela Secretaria de Comércio Exterior, órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Para a pesquisa, foram consideradas somente as micro e pequenas empresas e MEIs dos estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Os demais estados da região (Alagoas, Maranhão, Piauí e Sergipe) foram suprimidos do detalhamento porque não somaram no mínimo três empresas em todas as categorias em algum momento da série.
A Paraíba foi o estado que mais se destacou na variação dos valores exportados. Quando comparadas ao desempenho de 2023, as empresas de pequeno porte do estado cresceram 254,5%, seguidas no ranking por Pernambuco (67,9%) e Bahia (2,3%). Para as microempresas e MEIs, o único estado com variação positiva foi a Bahia, com crescimento de 52,9%. Neste segmento, o desempenho da Paraíba foi o pior dos cinco estados, com -63,8%.
Em termos de quantidades de empresas participantes do processo, os melhores resultados foram da Paraíba (20%) e Rio Grande do Norte (18,8%).
Analisando o desempenho de todas as regiões do País, segundo o MDIC, cerca de 11,4 mil MPEs brasileiras atuam no comércio exterior. O número equivale a aproximadamente 46% do total das empresas exportadoras. Apesar disso, o montante comercializado por esses negócios ainda representa menos de 1% do total de recursos movimentados.
Apex, Sebrae e MDIC
No último dia 17, a Apex Brasil, o Sebrae e entidades setoriais assinaram acordo no Palácio do Planalto para iniciar ou aperfeiçoar estratégias voltadas para a exportação — iniciativa esta que visa beneficiar quase 19 mil empresas pelos próximos dois anos.
Na época, Décio Lima, o presidente do Sebrae, relembrou o papel do órgão de “atuar nas condições do ambiente de negócios e, também, aquilo que é imprescindível, permitir que os pequenos possam participar das agendas internacionais de interação econômica.”
Por sua vez, Jorge Viana, presidente da Apex Brasil, apontou a importância do acordo para que “o acesso ao mercado internacional” seja democratizado, além da “diversificação das exportações brasileiras”.
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