Considerado o primeiro passo para a criação de um Hub de Hidrogênio Verde (H2V) em Sergipe, um estudo realizado pela empresa de consultoria Ernst Young e pelo escritório de advocacia Souto Correia vai mostrar as potencialidades que o estado possui na área, como também o que precisa ser incrementado em sua infraestrutura e legislação para se tornar um local competitivo para atrair novos negócios.
As duas empresas foram contratadas pela Agência Sergipe de Desenvolvimento (Desenvolve-SE) para fazer com que o estado dispute este novo mercado de H2V, que deve movimentar mais de R$ 150 bilhões no Nordeste, principalmente no Ceará, Pernambuco e Piauí. O Rio Grande do Norte também se movimenta nesta área e anunciou no mês passado que terá primeira fábrica de cimento do Brasil operando com hidrogênio verde, investimento de R$ 43 milhões da CPFL Energia e Grupo Polimix.
A parceria firmada entre o Governo de Sergipe e a Ernst Young e o Souto Correia pretende concentrar todas as oportunidades de Sergipe no setor, com a intenção de facilitar negócios futuros e se tornar mais encorajador a investimentos. A Ernst Young trabalhará subsidiando informações locais sobre H2V, enquanto a Souto Correia auxiliará a agência na estruturação de possíveis modelagens jurídicas para parcerias na área.
Além desse estudo, a Agência Sergipe de Desenvolvimento (Desenvolve-SE) propôs ao governo do estado a criação de um grupo de trabalho para auxiliar na estruturação desse Hub de Hidrogênio Verde, o que deve impulsionar a atração de novos investimentos para Sergipe.
“Esse é o início de um trabalho que visa institucionalizar de maneira estruturada no estado de Sergipe o tema hidrogênio verde, contribuindo para a criação do nosso Hub e a atração de novos investimentos”, destacou o diretor de Relações Internacionais da Desenvolve-SE, Ademário Alves.
A implementação do Hub de Hidrogênio Verde em Sergipe tem como objetivo fornecer área, tecnologia, segurança jurídica, tributária e infraestrutura, o que deve ser feito, por exemplo, por meio da recriação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) para o desenvolvimento de um novo polo de produção de energia limpa no estado.
Além do hub, já existe um projeto para a criação de uma fábrica de hidrogênio de baixo carbono feito pela Touro Energia Verde. Apresentado ao governo do estado no início de junho, o plano é que sejam investidos R$ 2 bilhões, e inicie as operações em 2025, gerando 800 empregos entre diretos e indiretos.
Nordeste lidera no Brasil em H2V
O setor de H2V é um mercado bilionário, e o Nordeste é a região do Brasil que mais investe nessa área. Segundo o Conselho Nacional das Indústrias (CNI). Dois terços dos projetos de hidrogênio de baixo carbono estão localizados na região, com Ceará, Pernambuco e Piauí sendo os principais investidores, tendo um somatório de mais de R$ 150 bilhões.
O H2V é um método de gerar o hidrogênio de um modo sustentável e sem carbonização. Para se conseguir o combustível é necessário fazer a eletrólise da água, assim separando as moléculas de oxigênio (O2) e hidrogênio (H2).
Porém, quando a eletricidade utilizada no processo parte de uma fonte limpa de energia, significa dizer que energia foi produzida sem emitir dióxido de carbono na atmosfera, um feito importante visando o projeto mundial de descarbonização até 2050.
Esta maneira de conseguir hidrogênio verde, tal como indica a Agência Internacional de Energia, pouparia 830 milhões de toneladas anuais de CO2 que se originam quando este gás é produzido por combustíveis fósseis.
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