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Produção de arroz do Baixo São Francisco ganhará câmara intersetorial

Secretaria de Agricultura de Alagoas busca fomentar parcerias com Sergipe visando o melhoramento do arroz nos dois estados
Missão técnica com participação de especialistas goianos visitou municípios alagoanos que produzem arroz / Foto: Seagri/Divulgação

Por Vanessa Siqueira, de Alagoas

Os estados de Alagoas e Sergipe iniciaram tratativas para fortalecer a cadeia de produção de arroz, com a criação de uma câmara setorial interestadual que beneficie produtores da região do Baixo São Francisco. Técnicos e produtores envolvidos já iniciaram os estudos técnicos.

A rizicultura dos dois estados se concentra em municípios ribeirinhos margeados pelo Rio São Francisco, na região Sul dos estados. Do lado sergipano, o plantio de arroz se concentra nas cidades de Brejo Grande, Ilha das Flores, Neópolis, Pacatuba, Propriá e Telha. Já do lado alagoano, Penedo, Igreja Nova e Porto Real do Colégio concentram a produção do grão.

Sergipe é o terceiro maior produtor de arroz da região Nordeste, com safra de 38 mil toneladas, e Alagoas aparece na quarta colocação, com produção de 22 mil toneladas do grão, segundo dados de 2023. Ambos só ficam atrás do Maranhão, que produziu 175 mil toneladas, e do Piauí, com 92 mil toneladas produzidas.

Arroz forte

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a Safra 2024, Sergipe deve produzir 38.665 mil toneladas de arroz e Alagoas deve produzir 24.402 mil toneladas. A posição dos estados no ranking não deve ser alterada em comparação à produção dos demais estados do Nordeste.

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Os nove estados da região devem produzir neste ano, ao todo, 351 mil toneladas do grão. No Brasil, a previsão é de uma safra total de 10,2 milhões de toneladas, sendo o responsável por mais de dois terços de toda a colheita (7,1 milhões).

De acordo com a Secretaria de Agricultura de Alagoas (Seagri), a cooperação entre os dois estados é fruto de uma missão técnica realizada no início de março, que visitou os perímetros irrigados dos municípios de Igreja Nova, Porto Real do Colégio e Penedo.

A Seagri busca fortalecer a produção de arroz nessa região e fomentar parcerias com o estado de Sergipe visando o avanço na produção e comercialização do arroz. Além disso, haverá união de pesquisadores, do poder público, produtores e indústrias para a elaboração de iniciativas que aumentem o potencial produtivo nos dois estados.

A secretária executiva de Agricultura Familiar, Renata Andrade, explicou que o Governo de Alagoas está trabalhando para aumentar o potencial produtivo do estado. “Conseguimos trazer especialistas na rizicultura de Goiás que visitaram as áreas de produção, conversaram com os produtores e os gestores locais. O arroz faz parte da base da alimentação das famílias alagoanas, sendo um importante produto para o combate à fome no estado. E no campo gera renda para os agricultores”, afirmou Renata Andrade.

Programa de Melhoramento Genético de Arroz da Embrapa participa da iniciativa, que visa capacitar a rizicultura dos dois estados nordestinos / Foto: Seagri/Divulgação

A missão técnica contou com a presença do chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Elcio Guimarães, e do Coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Arroz da Embrapa, José Manoel Colombari. Além das análises de campo e entrevistas com os produtores, os especialistas conversaram com os gestores locais e visitaram a Unidade de Beneficiamento de Arroz da Cooperativa Pindorama, localizada em Igreja Nova.

“As visitas foram extremamente importantes não só do ponto de vista técnico para entender o que está sendo usado de tecnologias, mas também para ouvir as demandas locais e perceber quais são os gargalos e, então, poder atuar da melhor forma. Alagoas tem um potencial muito grande e que ainda não está sendo completamente explorado pelos produtores. A Embrapa tem as tecnologias necessárias para possibilitar melhorar a vida dessas pessoas”, disse Elcio.

Leia mais: Safra em 2024 deve ser 2,8% menor que a de 2023

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