Mais 2 Gigawatts (GW) de capacidade instalada de geração solar foram acrescentados à matriz brasileira somente este ano. Ou seja, em menos de dois meses. Isso significa que este tipo de geração chegou a 39 GW, correpondendo a 17% de toda a potência instalada operacional da matriz elétrica do País.
“É um número expressivo. Ocorreu um crescimento acima das expectativas no segundo semestre de 2023 e isso se refletiu nas conexões realizadas no começo deste ano”, explica o coordenador da secção cearense da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar), Jonas Becker.
Segundo ele, os dois fatores que mais contribuíram para este incremento foram a abertura do mercado livre – com qualquer consumidor de alta tensão, podendo comprar neste ambiente – e a geração distribuída, formada por pequenos sistemas instalados próximos ào local do consumo, como telhados das casas e terrenos, entre outros.
Jonas argumenta que a expectativa é da geração solar continuar crescendo, pois tanto a geração distribuída como o mercado livre apresentam um grande mercado para este tipo de fonte. A expectativa da ABSolar é de que sejam implantados 8 GW de capacidade instalada de geração solar em 2024.
Nos cálculos da ABSolar, desde 2012, a fonte solar protagonizou investimentos da ordem de R$ 189,3 bilhões ao País, gerou 1,1 milhão de empregos acumulados e arrecadou mais de R$ 51,6 bilhões aos cofres públicos, além de ter evitado a emissão de 47,7 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.
Dos mais de 39 GW de geração solar, os pequenos sistemas de geração distribuída – que inclui terrenos, prédios e telhados – totalizam 28,6GW e resultaram de um investimento estimado em R$ 134,9 bilhões. Para o leitor ter uma ideia do que isso significa, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) tem mais de 10 GW de capacidade instalada em suas hidrelétricas e algumas eólicas.
No Brasil, as grandes usinas de geração solar fotovoltaica somam 12,2 GW de capacidade instalada e investiram cerca de R$ 54,3 bilhões, de acordo com informações da ABSolar.
A geração solar centralizada – produzida por usinas grandes – se concentra na Região Nordeste, que responde por 59,95% deste tipo de fonte, seguida pelo Sudeste com 38,85%. O Nordeste tem algumas das maiores radiações solar do mundo.
Já na geração distribuída – aquela feita, por exemplo nos telhados -, as regiões que mais instalaram estes pequenos sistemas foram o Sul e o Centro-Oeste. Geralmente, essas instalações são bancadas por pessoas físicas ou, no máximo, empresas pequenas.
“As nossas expectativas são positivas porque o mercado começou a se consolidar e o consumidor a entender como funciona. É uma atividade que gera emprego e renda, principalmente nos investimentos que ocorrerm no interior do Nordeste, tendo muito impacto social”, conclui Jonas.
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