O Grupo Nassau, conhecido também como o Grupo João Santos, pagou o valor de R$ 150 milhões da primeira parcela do pagamento da Transação Tributária realizada pelo conglomerado junto a Procuradora-Geral da fazenda Nacional (PGFN). Isso vai possibilitar a liquidação de 100% do FGTS atrasado de 20 mil trabalhadores, entre ativos e ex-funcionários, que tinham valores a receber ao longo de décadas.
“A data de hoje marca claramente o compromisso da nova gestão do Grupo João Santos em recuperar a empresa e saldar os seus compromissos com a sociedade”, resume o sócio-diretor da PPK Consultoria, João Rogério Filho. A PPK é a consultoria econômica responsável pela Recuperação Judicial do Grupo João Santos. Ainda de acordo com informações do grupo, a empresa está se empenhando para buscar a solução de seus passivos, principalmente o trabalhista, em todos os Estados onde o Grupo tem atividade.
O acordo do Grupo com a PGFN foi de R$ 1,5 bilhão, com os quais estão sendo honrados os débitos de FGTS. Ainda nas próximas semanas deverá ocorrer um outro pagamento de aproximadamente R$ 80 milhões.
A operacionalização do pagamento, que inicia nesta quarta-feira (31), quando os recursos estão disponíveis em uma conta específica da PGFN, acontece até os próximos 90 dias, uma vez que os pagamentos são individualizados. A operação é feita conjuntamente por equipes do Grupo João Santos, da PGFN e da Caixa Econômica Federal. O número de 20 mil trabalhadores é uma estimativa.
Grupo João Santos e a recuperação judicial
O Grupo João Santos teve seu processo de recuperação judicial iniciado há um ano, quando começou um trabalho minucioso de levantamento do patrimônio, dos credores, do passivo e dos ativos. Com um ano de trabalho, o grupo retomou a operação de duas fábricas, somando quatro em atividade em 2023, o que resultou num faturamento de R$ 1 bilhão. Atualmente são 3 mil funcionários, todos com salários e FGTS em dia.
A expectativa agora é que seja homologado o Plano de Recuperação Judicial do grupo, que é marcado pelo juiz da recuperação judicial. Depois disso, a empresa deve passar até dois anos cumprindo o que está previsto no plano. “Estamos fazendo uma campanha de mediação de credores e já foram firmados mil acordos”, comenta João Rogério. Todos os acordos foram deferidos pelo juiz que está à frente do processo.
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