Produção industrial brasileira cresce 0,5%

Produção industrial brasileira segue em dificuldade para recuperar os níveis pré-pandemia, segundo o IBGE. Crescimento acumulado nos últimos 12 meses foi zero
Em novembro, produção industrial brasileira teve a quarta alta consecutiva, de forma bastante discreta
Produção industrial brasileira teve o quarto mês consecutivo de crescimento discreto, segundo o IBGE/Foto: Schutterstock-Portal da Indústria-CNI (Internet)

Com Agência Brasil e IBGE

Em novembro passado, a produção industrial brasileira cresceu 0,5% em relação a outubro, consolidando uma trajetória positiva discreta, após registrar 0,1% no mês anterior, também 0,1% em setembro e 0,2% em agosto.

Com isso, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra quatro meses seguidos de desempenho ligeiramente positivo da produção física da área fabril, o que não é o suficiente para reverter o baixo desempenho do setor ao longo de 2023.

Produção industrial brasileira avançou sobre novembro de 2022

De acordo com o IBGE, a produção industrial brasileira também cresceu na comparação com novembro de 2022 (1,3%). Nesta base de comparação, foi a quarta alta consecutiva, da mesma forma que na análise mensal. Apesar desses números, na avaliação do acumulado do ano (janeiro a novembro), o resultado é pífio: 0,1%. No acumulado de 12 meses (outubro de 2022 a novembro de 2023), o crescimento foi zero (estabilidade).

Produção industrial brasileira abaixo do pré-pandemia

O gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, destaca um cenário preocupante, que é a dificuldade da área fabril de retomar os níveis de produção física anteriores à pandemia da Covid-19.

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Segundo ele, “mesmo com o saldo positivo de 0,9% acumulado nos últimos quatro meses, o setor industrial ainda encontra-se 0,9% abaixo do patamar pré-pandemia, ou seja, fevereiro de 2020, e 17,6% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, que foi alcançado em maio de 2011”.

Crescem 13 setores da produção industrial brasileira

Das 25 atividades pesquisadas na produção industrial brasileira, 13 apresentaram alta em novembro comparado a outubro. As taxas mais expressivas foram registradas em indústrias extrativas (3,4%) e produtos alimentícios (2,8%).

O gerente de pesquisas do IBGE ressalta que “as indústrias extrativas foram impulsionadas pela maior extração de petróleo e de minério de ferro, enquanto os principais responsáveis pelo crescimento dos alimentos foram o açúcar, derivados de soja e carnes bovinas”.

Também apresentaram desempenho positivo os setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,6%), bebidas (2,8%), produtos de minerais não metálicos (2,3%) e metalurgia (0,8%).

Produção industrial brasileira: 12 setores têm queda

De acordo com o IBGE, 12 atividades da produção industrial brasileira tiveram queda, entre elas produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,5%) e máquinas e equipamentos (-2,8%).

Entre as quatro grandes atividades econômicas da indústria, duas tiveram alta em novembro: bens de consumo semi e não duráveis (0,2%) e bens intermediários, isto é, insumos industrializados usados no setor produtivo (1,6%).

As quedas ficaram por conta dos bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos (-1,7%), e os bens de consumo duráveis (-3,3%).

Produção industrial brasileira em 2024 pode melhorar, mas cenário é incerto, alerta Cezar Andrade (Fiepe)
Cezar Andrade, da Fiepe, demonstra cautela ao analisar o panorama para a produção industrial brasileira em 2024/Foto: Fiepe (Divulgação)

O que a indústria espera de 2024?

Questionada sobre o cenário do setor em 2023 e projeções para 2024, a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) demonstrou cautela, sem grandes expectativas, considerando as incertezas geradas pelos juros, a reoneração da folha de pagamento por meio de medida provisória no apagar das luzes do ano passado e o panorama internacional.

“As políticas de estímulo à atividade econômica promovidas pelo governo federal, como o Desenrola, por exemplo, e o afrouxamento da política monetária deverão começar a surtir efeito no decorrer de 2024, incentivando a indústria e, assim, levando a um destravamento da economia e a um aumento na produção industrial tanto a nível nacional, como no estado”, afirma o coordenador do Núcleo de Economia da entidade, Cezar Andrade.

Ele pondera, no entanto, que “os juros ainda elevados e o grande comprometimento da renda das famílias são fatores ruins para o consumo de bens do maior valor agregado, o que pode prejudicar a produção industrial”.

Sobre a MP 1202/2023, o economista destaca que “a reoneração da folha de pagamento também é um fator complicador para a indústria, que pode reduzir a competitividade do setor, num momento de concorrência desigual com importações que não pagam os mesmos tributos pagos pelo setor produtivo nacional”.

“Além disso, as projeções de menor crescimento global, com a China enfrentando carência de demanda, não favorecem as exportações brasileiras, o que pode ter reflexos na área fabril brasileira”, conclui.

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