Crédito entre 59,9% e 123,7% aa cai pouco

O crédito, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, se mantém caro e não acompanha o ritmo de redução da taxa Selic, que caiu agora para o nível mais baixo desde março do ano passado
Crédito se mantém caro segundo Anefac
Crédito para pessoas físicas, segundo a Anefac, vai ficar mais barato na casa dos centavos e juros também seguem altos no financiamento para empresas/Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

Agência Brasil

O crédito vai sofrer pouco impacto após a redução da taxa Selic (juros básicos da economia) para 12,25% ao ano, o nível mais baixo desde março do ano passado. O alerta é da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A entidade afirma que o efeito das reduções decididas pelo Conselho de Política Monetária do Banco Central (Copom) acaba diluído, por causa da diferença muito grande entre a taxa básica e os juros efetivos de prazo mais longo.

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Na visão da instituição, o tomador de novos empréstimos – seja pessoa física ou jurídica – sentirá pouco os efeitos do afrouxamento monetário aprovado nesta quarta-feira (1) pelo Copom e que foi o terceiro em sequência este ano.

Segundo a Anefac, o juro médio para as pessoas físicas passará de 123,71% para 122,71% ao ano. Para as pessoas jurídicas, a taxa média cairá de 59,98% para 59,24% ao ano. A Selic passou de 12,75% para 12,25% ao ano.

Crédito para pessoa física recua em centavos

De acordo com as projeções da associação, no financiamento de uma geladeira de R$ 1,5 mil em 12 prestações, o comprador desembolsará R$ 0,39 a menos por prestação e R$ 4,64 a menos no valor final com a nova taxa Selic. O cliente que entra no cheque especial em R$ 1 mil por 20 dias pagará R$ 0,27 a menos.

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Na utilização de R$ 3 mil do rotativo do cartão de crédito por 30 dias, o cliente gastará R$ 1,20 a menos. Um empréstimo pessoal de R$ 5 mil por 12 meses cobrará R$ 1,24 a menos por prestação e R$ 14,85 a menos após o pagamento da última parcela.

Um empréstimo de R$ 3 mil em 12 meses numa financeira sairá R$ 0,81 mais barato por prestação e R$ 9,69 mais barato no total. No financiamento de um automóvel de R$ 40 mil por 60 meses, o comprador pagará R$ 11,23 a menos por parcela e R$ 673,51 a menos no total da operação.

Em relação às pessoas jurídicas, as empresas pagarão R$ 62,55 a menos por um empréstimo de capital de giro de R$ 50 mil por 90 dias, R$ 24,92 a menos pelo desconto de R$ 20 mil em duplicatas por 90 dias e R$ 2,67 a menos pela utilização de conta garantida no valor de R$ 10 mil por 20 dias.

Crédito caro e poupança desvantajosa

A Anefac também produziu uma simulação sobre o impacto da nova taxa Selic sobre os rendimentos da poupança. Com a taxa de 12,25% ao ano, a caderneta só rende mais que os fundos de investimento quando o prazo da aplicação é curto e a taxa de administração cobrada pelos fundos é alta.

Segundo as simulações, a poupança rende mais que os fundos em apenas três cenários: quando o correntista aplica em fundos com taxa de administração de 3% ao ano, aplicação de até um ano em fundos com taxa de 2,5% ao ano e aplicação de até seis meses em fundos com taxa de 2% ao ano.

Na comparação com fundos com taxa de administração de 2,5% ao ano, a poupança rende o mesmo quando o dinheiro ficar aplicado entre um e dois anos.

A vantagem dos fundos ocorre mesmo com a cobrança de Imposto de Renda e de taxa de administração. Isso porque a poupança, apesar de ser isenta de tributos, rende apenas 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais a Taxa Referencial (TR), que aumenta quando a Selic sobe. Esse rendimento da poupança é aplicado quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro de 2021.

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