A Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembleia Legislativa de Pernambuco recebeu na manhã desta sexta-feira (1), John Shipton, pai de Julian Assange, o preso político mais famoso da atualidade devido à organização WikiLeaks. A sessão, organizada pelo colegiado e coordenada pela deputada Dani Portela (PSOL-PE), aconteceu no Plenarinho 3 da Alepe, e contou com a presença do deputado João Paulo (PT), do vereador Ivan Moraes (PSOL-PE), e de Pedro Alcântara, representante do PT, além do acesso ao público geral.
O ativista e jornalista Julian Assange está detido desde 2019, na prisão de segurança máxima de Belmarsh, na Inglaterra. O cárcere aconteceu após ele ser expulso da Embaixada do Equador em Londres, perdendo o asilo político concedido pelo país sul-americano. Assange é fundador da organização WikiLeaks, responsável por, em 2010, divulgar, entre outros, documentos secretos do exército norte-americano sobre a guerra do Afeganistão.
Seu pai, John Shipton, segue em turnê mundial em busca de apoio para impedir que os Estados Unidos efetuem a extradição do filho através da campanha “Free Assange”. Na sessão de escuta, foram apontados os impactos sobre os direitos humanos e as ameaças à liberdade de imprensa que o caso acentua. “Essa luta deixou de ser só de John Shipton. É uma luta que perpassa as fronteiras de países que atuam em defesa da proteção de todos os direitos humanos e contra todas as violações. A acusação que estão fazendo é de espionagem, o que não pode ser aplicada ao jornalismo investigativo por ferir o direito humano à comunicação e a verdadeira informação”, destacou a deputada Dani Portela.
John Shipton agradeceu a hospitalidade de Pernambuco durante todo o período em que esteve no estado para a estreia do documentário Ithaka: A Luta de Assange, no Cinema da Fundação (Derby). Em sua fala no Plenarinho 3, Shipton fez um breve panorama sobre a situação do filho. “O apoio para Julian tem se tornado mundial. Todos os presidentes dessas nações têm oferecido seu suporte e alguns parlamentos têm grupos de apoio. Entendemos que Julian simboliza uma preocupação profunda e ampla entre as pessoas que constituem as nações do mundo. Num outro dia, a China fez uma declaração se referindo aos Estados Unidos, no sentido de que o caso de Julian Assange é um exemplo da opressão de um estado que usa políticas repressivas”, frisou. Ele aproveitou também para agradecer o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à causa em fóruns internacionais.
Ao fechamento da audição, a presidenta da CCDHPP, Dani Portela, elencou os encaminhamentos resultantes do encontro, como o envio da ata da escuta para a embaixada britânica no Brasil, para a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados do Congresso Nacional e para o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania; e o envio do pedido de extinção do processo de extradição para diversos órgãos, entidades e embaixadas. A deputada também aderiu a sugestão do deputado João Paulo para encaminhar a ata diretamente ao presidente Lula e a de Pedro Alcântara sobre o envio do documento à embaixada equatoriana.
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