Noronha recebe encontro que vai debater a despoluição dos oceanos

Mais de oito milhões de toneladas de plásicos chegam aos oceanos diariamente
O Forte de Fernando de Noronha vai receber o evento internacional na próxima sexta-feira (30). Foto: Labnoronha.

Fernando de Noronha vai receber o 1º Encontro Internacional de Movimentos de Proteção e Despoluição dos Oceanos que reunirá especialistas, ativistas, gestores ambientais, artistas e representantes de entidades ligadas à proteção dos oceanos, além de formadores de opinião para mudar perspectivas sobre o relacionamento da humanidade com os mares, alertando e estimulando ações integradas para reverter processos de poluição e degradação. Todos os dias cerca de oito milhões de toneladas de plásticos chegam aos mares. O evento acontecerá na sexta-feira (30), das 15h às 22h.

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O encontro é presencial e também será transmitido pela internet pelos canais do Lab no Instagram e Youtube diretamente do Forte Nossa Senhora dos Remédios (Forte Noronha), importante espaço cultural que tem uma das vistas mais deslumbrantes do arquipélago. A iniciativa é promovida pelo Lab Noronha Pelo Planeta em parceria com o Forte Noronha e a Administração da Ilha.

O arquipélago foi o primeiro território brasileiro a lançar o Decreto Plástico Zero em vigor desde 2019. “Este encontro inaugura um conjunto de ações planejadas pelo Lab Noronha, com diversos parceiros, para tornar a ilha um centro de integração e reverberação de movimentos internacionais voltados para soluções sustentáveis e regenerativas. A ideia é desenvolver, com participação ativa da comunidade local, novos modelos econômicos que impulsionem o turismo e outras vocações, e, simultaneamente, protejam o meio ambiente, reduzam desigualdades e fortaleçam a cultura pernambucana”, diz Sérgio Xavier, diretor-executivo do Lab e ex-secretário de meio ambiente e sustentabilidade de Pernambuco.

A programação inclui apresentações artísticas, palestras, rodas de conversas, performances, atividades para crianças, lançamento de livros e da exposição fotográfica “Desplastifique!”, exibição de filmes e vídeo-mensagens de lideranças nacionais e internacionais do Meio Ambientes e a feirinha NoronhArte, além de atividades de educação ambiental para os jovens do arquipélago comandadas pelo Climate Reality e o movimento Xô Plástico.

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O plástico e o meio ambiente

O encontro tem a missão de alertar sobre a urgência de restringir o plástico, problema grave mundial que está em discussão por 175 países que concordaram em desenvolver um tratado global da Organização das Nações Unidas (ONU) para redução da poluição plástica a partir de uma articulação iniciada pela França e Brasil. A ideia é avançar na economia circular de todos os tipos de resíduos. Entre outras coisas, a economia circular prevê que os diversos setores produtivos sejam responsáveis pela chegada e o destino final dos principais resíduos.

Os oceanos abrigam 97% da água do planeta, reúnem a maior diversidade de espécies existentes na Terra e são importantíssimos para o equilíbrio climático e para a manutenção da vida no presente e no futuro. No entanto, toda essa diversidade está correndo risco pelo impacto das ações humanas. Milhões de aves e animais marinhos morrem todos os anos por causa da poluição plástica nos mares. “Vozes potentes estão se conectando ao movimento ‘De Mãos Dadas Pelos Oceanos Sem Plástico’ e estarão presentes nessa ciranda pela vida e por uma economia lixo zero”, destaca a curadora do evento e diretora Sociocultural do Lab Noronha Pelo Planeta, em implantação na ilha, Luciana Nunes.

A expectativa é de que estejam presentes representações da ONU (PNUMA-online), Oceana (online), Tamar, Golfinho Rotador, Mamíferos Aquáticos e movimento Xô Plástico, além de outras instituições de referências em defesa dos Oceanos. Entre os palestrantes já está confirmada Ana Prates, diretora de Oceanos do Ministério do Meio Ambiente para falar sobre a questão do Tratado Global dos Plásticos.

Segundo dados da WWF, o Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo plástico. No mundo, estima-se que os detritos causem a morte de mais de um milhão de aves marinhas e mais de cem mil mamíferos marinhos todos os anos. A pesca também sofre com o plástico, pois um a cada três peixes capturados para consumo humano contém plástico. Além disso, mais de um milhão de sacolas plásticas vão para o lixo a cada minuto. Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, basta dizer que o mundo produz 35 mil torres Eiffel de lixo plástico por ano e essa quantidade deverá duplicar até 2060 se o modelo e ritmo de consumo continuar como o atual.

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