Lula, Haddad, Campos Melo e o desafio do PIB em 2023

A pressão sob Haddad e Campos Melo só vai aumentar para que a taxa de juros de 3,75% caia.
Brasília (DF) – 02-03-2023 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participa da Cerimônia de lançamento do Novo Bolsa Família: Foto José Cruz/ Agência Brasil.

Ao acordar nesta quinta-feira (02/03) e saber do crescimento de 2,9% do PIB em 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se deparou com talvez o maior desafio anunciado para o seu terceiro governo: fazer a economia crescer na mesma proporção em 2023. Pior ainda, para o petista, quando os números mostraram a desaceleração do 4º semestre de 2022, que foi o primeiro a registrar queda em relação aos três meses anteriores desde o 2º semestre de 2021.

“Não cresceu nada”, disse Lula. O presidente se referia a distorções que poderiam ter sido feitas antes do 4º semestre do ano passado, nas tentativas de impulsionar a reeleição de Bolsonaro, como, por exemplo, a redução dos impostos sobre a gasolina. É preciso pontuar que, no governo Bolsonaro, auxílios e desonerações de impostos mais pareciam uma distribuição de dinheiro gratuita, ou seja, sem critérios, o que se configurou numa política econômica meramente eleitoral.

Do contrário, o governo Lula 3 está agindo de maneira diferente com as diretrizes e programas de governos voltados para injetar dinheiro na economia e estimular o consumo  de maneira coerente, tais como: aumento de salário mínimo; melhorar as condições de isenção de imposto de renda; criação de novo Bolsa Família, voltando a ter características de programa social como a exigência das crianças irem às escolas, tomar vacina e mudar a perspectiva das famílias pobres enxergarem o futuro.

Porém, o que preocupa Lula, na realidade, são as projeções de crescimento do PIB para o final de 2023 que não chegam a 1% sequer. E mais, é público o estica e puxa entre o Planalto, Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, e Banco Central, dirigido por Bruno Campos Melo.

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A pressão sob Haddad e Campos Melo só vai aumentar para que a taxa de juros de 3,75% caia. “Não existe razão para a taxa de juros ser 3,75%. O presidente da República pode criticar o presidente do Banco Central. Quero que ele (Bruno Campos Melo) entenda que deve explicação para o povo brasileiro”, afirma Lula, cobrando uma resolução entre Haddad e Campos Melo. Haddad, aliás, que sofreu enorme pressão com a reoneração dos combustíveis. Pode ser que os juros caiam, mas o certo é que alguém pode cair se essa taxa não baixar. E se pudesse apostar, apostaria que o BC pode perder autonomia e Campos Melo também, afinal, Lula não mexeria tão cedo num dos quadros políticos mais fortes de seu governo como é Haddad.

O certo é que, Lula acena para o estímulo a um consumo fora de uma bolha excludente, interesseira e eleitoral como foi o governo Bolsonaro. Utilizando de programas sociais para gerar emprego, desenvolvimento e distribuição de renda, colocando também a população mais pobre para moer, comer e consumir.

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