A Enel Green Power, braço de geração de energia renovável da Enel Brasil, iniciou a construção do parque eólico Lagoa dos Ventos V com uma potência instalada de 399 megawatts (MW). É a segunda expansão do complexo eólico instalado no município de Dom Inocêncio, localizado no Sul do Piauí. O investimento será de R$ 2,5 bilhões e a capacidade instalada total maior será de 1,5 gigawatt (GW), operando com 372 aerogeradores.
A construção de Lagoa dos Ventos começou no fim de 2018, e terminou em 2021, com o início da operação comercial em junho daquele ano. A primeira expansão foi iniciada em 2020, e está parcialmente em operação, com expectativa de ser concluída até o final de 2022. Atualmente, a previsão é que a segunda expansão seja concluída em 2024.
“Temos orgulho de iniciar agora a construção da segunda expansão do complexo, que consolida Lagoa dos Ventos como um gigante eólico. Pretendemos aproveitar ao máximo as sinergias geradas por nossa longa presença na região para colocarmos este novo parque em operação o quanto antes e seguirmos contribuindo para a diversificação da matriz energética do país, disponibilizando uma energia limpa, confiável e economicamente competitiva”, disse o responsável pela Enel Green Power no Brasil, Bruno Riga.
O grupo aposta na tecnologia para otimizar sua produção e, simultaneamente, caminhar para gerar energia sem impacto sobre o clima por emissões de carbono até o ano de 2040. Quando as obras forem concluídas, o parque evitará a emissão de mais de 3,6 milhões de toneladas de carbono (CO₂) por ano.
Algumas das medidas implantadas é o uso de drones para levantamento topográfico, rastreamento inteligente de componentes de turbinas eólicas e plataformas digitais e soluções de software para monitorar e apoiar remotamente as atividades nos canteiros de obra, além de ferramentas de projeção e acompanhamento da obra em 3D, 4D e 5D.
Desenvolvimento regional
O município onde o complexo eólico está instalado, Dom Inocêncio, no Piauí, é uma cidade majoritariamente rural, com a economia voltada predominantemente às atividades como agricultura e prestação de serviços. Lá, ocorre a produção sazonal de feijão, milho, mandioca e algodão.
Contudo, a pequena cidade com 9.245 habitantes (Censo 2010) com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,549). De acordo com a empresa, foi realizado um estudo prévio da comunidade local. O cenário leva a questionamentos a respeito das razões para a escolha do local para abrigar grandes investimentos. O Piauí é um dos estados com maior potencial para geração de energia limpa no país. Ele foi o terceiro lugar no ranking de geração de energia eólica nos últimos 12 meses, segundo dados do Ministério de Minas e Energia. Além do parque eólico Lagoa dos Ventos V, a Enel ainda desenvolve, na região, o complexo solar São Gonçalo.
“Todos os cursos de capacitação foram desenvolvidos levando em conta qual legado a implementação do parque eólico poderia deixar para os moradores do seu entorno”, explica o especialista em sustentabilidade da Enel Green Power, Maurício Vasconcelos.
O grupo também afirma que, desde o início da construção do complexo eólico, desenvolve ações de sustentabilidade e “diálogo permanente com a comunidade local”, com 75 projetos de educação ambiental, cidadania, saúde, diversidade, cultura e formação profissional, com cerca de 80 mil beneficiados.
De acordo com a Enel, desde a primeira etapa do projeto, 7 mil empregos foram gerados. Destes, “mais de 2.800” seriam de empregos locais, ou seja, contratação de pessoas que vivem na região. Significa dizer que cerca de 40% da mão de obra é local.
A transformação proporcionada pela chegada da Enel Green Power na região inclui as reformas de escolas e de uma igreja local do século XVII, a manutenção de acessos ao parque e iniciativas de micro financiamento para cooperativas locais que fabricam móveis, sabão e fazem apicultura.
“O desenvolvimento de um projeto verdadeiramente sustentável passa pela integração com a comunidade e com as autoridades locais e pelo compromisso em gerar impactos positivos na vida das pessoas”, defende o gerente de Projetos de Lagoa dos Ventos, Fausto Calábria.