O que começou como um hobby de algumas pessoas está caminhando para se tornar um polo de fabricação de cerveja artesanal. Localizada a 230 Km do Recife, a cidade de Garanhuns tem 18 cervejeiros artesanais que venderam 1,2 mil litros da bebida no último final de semana do 30º Festival de Inverno (FIG) que ocorreu em julho último. Agora, eles planejam fazer uma oktober fest que, como o nome diz, vai acontecer em outubro próximo e incluir um festival gastronômico com a participação dos bares e restaurantes locais.
O evento de outubro deve ter votação popular para escolher a melhor cerveja, o melhor prato e a melhor harmonização. A data ainda não foi fechada. “O FIG deste ano já foi o nosso quarto encontro. Fizemos três nos FIGs que ocorreram antes da pandemia. O grupo tem gente que faz cerveja como hobby e tem uns seis ou sete que estão querendo empreender”, diz o presidente da Associação dos Cervejeiros Artesanais de Garanhuns e região (Aceargam), Klébio Pontes. Pelos cálculos da associação, cerca de 3 mil pessoas passaram pela área do evento no dia em que as cervejas artesanais foram vendidas na última edição do FIG.
Klébio é um dos que pretendem expandir a produção da cerveja artesanal, o que já estava fazendo antes da chegada da pandemia do coronavírus, que ocorreu em março de 2020. “Com a crise sanitária, a gente percebeu que não ia ter como vender e aí fechei tudo”, comenta.
Agora, a ideia dos produtores é fazer da Associação, que está retirando um CNPJ, “um embrião para as microcervejarias”, como diz Klébio. “Tem um que já foi pra fora fazer um curso de levedura e depois passou o conhecimento para os outros. Sempre tem um colega que traz alguma novidade e aí vai melhorando o processo da cerveja”, comenta klébio.
O cervejeiro Cidnei Godez também faz parte do grupo que é como se fosse “uma confraria de pessoas que decidiram fabricar cervejas de qualidade, uns só para consumo próprio, outros para parentes e eventos e alguns querendo fazer um negócio”, que é o caso dele. E acrescenta: “as cervejas são únicas, porque cada um tem a sua receita”.
Curiosidades sobre a cerveja artesanal
Os principais ingredientes colocados na cerveja são o lúpulo, o malte, a levedura e a água mineral. As cervejas são produzidas em grandes panelas e o processo completo de fabricação leva de 15 a 20 dias. Depois disso, a maioria dos cervejeiros guarda em barris. “A gente compra a matéria-prima no Recife ou pela internet. A maioria das cervejas que produzimos aqui é puro malte. Tem algumas mais apropriadas ao inverno que têm um teor alcoólico mais elevado de 6% a 7% com aromas puxados para café, toffee e chocolate. Também produzimos cervejas tipo bock, stout, trapista, entre outras”, resume Cidnei.
Segundo ele, cada um dos 18 cervejeiros trabalha de forma individual e tem o seu estilo, o que resulta num sabor diferente. Cidnei está se organizando para produzir mais cerveja. “Só vou aumentar a produção, quando tiver pra quem entregar. Já faço cerveja a preço de custo para os amigos e parentes”, comenta.
O caminho para o aumento da produção é longo e inclui os cervejeiros terem um CNPJ, que pode ser o da associação, e também as licenças necessárias que são obrigatórias quando o produto sai da esfera artesanal. A Aceargam é formada por 15 membros fundadores e mais três cervejeiros que estão se associando a entidade que também planeja fazer outros eventos em Garanhuns com a intenção de levar as cervejas artesanais a novos consumidores.
