A confiança dos empresários do comércio pernambucano iniciou o segundo semestre com variação positiva, de acordo com recorte local do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC). Entre junho e julho, o índice ICEC-PE, calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cresceu 2,5%, alcançando o patamar de 120,4 pontos. Esse é o maior e melhor desempenho para o índice desde o início da pandemia no Brasil, em março de 2020, quando ainda registrava 123,9 pontos. Os índices variam de 0 a 200 pontos, indicando insatisfação ou pessimismo, quando fica abaixo de 100 pontos. Acima desta pontuação, aponta para satisfação ou otimismo.
O ICEC aponta um cenário futuro, baseado em três subíndices que são a avaliação do atual cenário, a expectativa do curto prazo e a intenção de investimento. “Em maio, o emprego formal foi positivo na área de serviços. Os empresários também acreditam que o pagamento do Auxílio Brasil vai ter um reflexo positivo no comércio e o a expectativa é de um segundo semestre mais aquecido por causa do Dias Crianças, a Copa do Mundo, o Natal e as festividades do fim do ano”, resume a diretora executiva do Instituto Fecomércio, Gilane Lima.
Ela também lembra que o ICEC-PE vem aumentando nos últimos três meses. “Quando isso ocorre a expectativa é de um maior dinamismo da economia”, argumenta. Isso significa que os empresários do comércio esperam um ambiente de negócios favorável no segundo semestre do ano, a despeito do desempenho que vem registrando, até o momento, o volume de venda do varejo no estado.
A sinalização positiva dos comerciantes nesse momento tem estreita relação com o avanço do emprego formal no estado durante o segundo trimestre, especialmente no setor de serviços, responsável por mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco. Embora ainda não estejam disponíveis dados sobre o emprego no último mês de junho, o resultado da movimentação entre admitidos e desligados em maio foi positivo (+6.508), melhorando a situação que se observara para o acumulado até o primeiro quadrimestre. Até maio, portanto, o saldo entre admitidos e desligados ficou em -443, de acordo com o s números do Caged.
Entre os componentes do ICEC, a maior variação foi observada no sub-índice que aponta as intenções dos empresários para os próximos três meses, que subiu de 103,6 para 109,1 pontos (+5,3%).
O avanço foi influenciado pelo percentual de empresários que declaram intenção de “aumentar muito” o quadro de funcionários nos próximos três meses, que saiu de 2,8% em junho para 8,4% em julho, a medida em que caiu o percentual dos que declaram intenção de “reduzir um pouco” esse quadro (de 23,1% para 20,8%).
Também ocorreu um aumento no percentual de empresários que pretendem expandir o volume de investimentos nos próximos meses, mesmo considerando a elevação dos juros.