Copom eleva juros básicos da economia para 10,75% ao ano

Com a decisão, a Selic passa de 9,25% para 10,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros. O aumento dos juros é uma tentativa de controlar a inflação, que fechou o ano de 2021 em 10,06% - o maior percentual desde 2015

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros pela oitava vez consecutiva. Com a decisão, a Selic passa de 9,25% para 10,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros. O aumento dos juros é uma tentativa de controlar a inflação, que fechou o ano de 2021 em 10,06% – o maior percentual desde 2015.

A decisão divulgada pelo Copom nesta quarta (2) significa que a taxa básica de juros alcança os dois dígitos pela primeira vez desde 2017, quanto também estava em 10,25% ao ano. Entre março e junho do ano passado, o Copom elevou os juros básicos da economia em 0,75 ponto percentual a cada encontro. No início de agosto, o aumento da Selic passou a ser de 1 ponto percentual a cada reunião. Nas três últimas reuniões, o reajuste passou para 1,5 ponto.

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A Selic continua num ciclo de alta, depois de passar seis anos em ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano, em março de 2018. A Selic voltou a ser reduzida em agosto de 2019, até alcançar 2% ao ano, em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse era o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

Inflação em alta é maior justificativa para aumentar a Selic

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2020, o indicador fechou em 10,06%, no maior nível desde 2015, pressionado pela alta na cotação do dólar, pelos preços dos combustíveis e pela alta da energia elétrica.

O valor está acima do teto da meta de inflação, que era de 5,25% no ano passado. Para 2022, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

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A previsão do mercado financeiro, entretanto, é de que a inflação fique novamente acima dos 5% este ano, influenciada, entre outros fatores, pela instabilidade política e econômica nacional e internacional, pela variação no preço do petróleo e por fatores climáticos.

De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 5,38%. A projeção oficial só será atualizada no próximo Relatório de Inflação, que será divulgado no fim de março.

Crédito deve ficar mais caro

A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava crescimento de 1% para a economia em 2022.

O mercado projeta crescimento um pouco maior. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) neste ano.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

* Com informações da Agência Brasil


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