Eletronorte investe R$ 5 bi em linhas de transmissão que cortam o CE

Confira onde e por que a Eletronorte vai construir linhas de tranmissão e subestações no mercado cearense
Eletronorte vai construir quatro blocos de transmissão, sendo três no Nordeste
Ivan Monteiro (Eletrobras) conversou com Elmano de Freitas para iniciar as articulações institucionais em torno dos projetos da Eletronorte no estado/Foto: Governo do Ceará

Braço da Eletrobras na região amazônica, a Eletronorte vai investir R$ 5,2 bilhões em novos blocos de transmissão que cortam o Ceará e gerar 4,1 mil empregos no mercado cearense. A expectativa é de que as obras desses projetos aqueçam fortemente a economia do estado, que será um dos principais beneficiados pela implantação de três dos quatro lotes adquiridos pela companhia no leilão mais recente do setor.

Maior vencedora do certame, a Eletronorte arrematou 4 dos 15 lotes que foram ofertados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Foram os blocos 1, 3, 5 e 9 – único sem empreendimentos no Ceará. O leilão, realizado no final de março, foi o primeiro na área de transmissão em 2024.

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Na semana passada, o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, se reuniu com o governador Camilo Santana, visando iniciar as articulações institucionais em torno desses projetos.

Os lotes que cortam o estado totalizam 1,991 km, 11 linhas de transmissão e quatro subestações de energia. O início da operação deve acontecer até o final de 2029.

“A Eletrobras tem plena consciência da sua responsabilidade no crescimento da infraestrutura do Ceará, o que atrairá empresas e movimentará a economia do estado”, afirma Ivan Monteiro.

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Por que a Eletronorte está investindo no CE?

Após o apagão nacional registrado em agosto do ano passado, a Aneel vem agilizando os leilões de LTs, já que o incidente teria começado por uma pane que sobre carregou a transmissão no Nordeste.

O relatório final do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou como causa do problema uma falha no desempenho de equipamentos de parques eólicos e solares, localizados próximos à linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, no Ceará.

Desde então, os pregões têm sido em grande parte voltados para a atração de novas LTs nos estados nordestinos, visando com isso garantir a infraestrutura necessária para o transporte da eletricidade, diante do crescimento sem precedentes da geração de energias renováveis na região.

Considerada a nova fronteira energética do país, a região tem intensificado a produção de energia limpa e captado novos investimentos nesse segmento, num ritmo impressionante. O que demanda uma infraeastrutura mais robusta na transmissão, a fim de garantir segurança para o sistema regional e nacional.

Nesse aspecto, estados nordestinos que estão entre os maiores produtores de eólica e solar do Brasil, como o Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará (com 40 usinas eólicas e 35 solares já em funcionamento) e Piauí, têm recebido tratamento prioritário da Aneel, o que é visto como uma grande oportunidade de negócio pelos players do setor.

No caso do Ceará, além da expansão da geração, existe outro fator que atiça os interesses das companhias que atuam na transmissão: o projeto de um hub de hidrogênio verde no Porto do Pecém.

O objetivo das empresas – multinacionais e brasileiras, vale ressaltar – envolvidas no empreendimento e do governo do estado é que o cluster seja o pioneiro na produção de H2V no país e lidere essa cadeia no Brasil.

O hub foi idealizado para atuar no mercado global e interno, já que esse combustível é considerado um dos que têm maior potencial para acelerar a descarbonização da economia global. Se viabilizado, o polo vai consumir eletricidade 100% limpa de forma intensiva para a separação das moléculas da água, na fabricação do hidrogênio verde.

“O desenvolvimento do H2V no Ceará só vai ser possível com a chegada de linhas de transmissão”, diz o governador Elmano de Freitas.

Eletronorte: conheça os lotes de novas LT que cortam o CE

LOTE 1

  • Investimento: R$ 1,7 bi
  • Empreendimentos: 4 LTs e 2 subestações
  • Estados: CE e PI
  • Municípios beneficiados no CE: Quixadá, Crateús, Ibiapina e Tianguá
  • Extensão: 538 km
  • Operação: 2029

LOTE 3

  • Investimento: R$ 983 milhões
  • Empreendimentos: 4 LTs e 1 subestação
  • Estado: CE
  • Municípios beneficiados: Morada Nova, Banabuiú, Pacatuba, Russas, Quixadá, São Gonçalo do Amarante e Fortaleza
  • Extensão: 337 km
  • Operação: 2029

LOTE 5

  • Investimento: R$ 2,6 bi
  • Empreendimentos: 3 LTs e 1 subestação
  • Estados: PI, CE, PB, PE, AL e BA
  • Municípios beneficiados no CE: Abaiara, Milagres e Crato
  • Extensão: 1.116 km
  • Operação: 2029

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