Etiene Ramos
A startup pernambucana TI Saúde, criada no Porto Digital, no Recife, foi adquirida pelo Grupo DPSP, maior empresa de capital fechado do país e proprietária das Drogarias Pacheco e São Paulo.
Sem revelar o valor da aquisição, por questões contratuais, o CEO da TI Saúde, Fred Rabelo, diz que ele e seus irmãos, o médico Fábio e o advogado Flávio, irão continuar no negócio que fundaram por, pelo menos, mais cinco anos.
Tempo em que o DPSP, que fatura mais de R$1 bilhão por mês e cresceu 13% no ano passado, planeja investir R$ 500 milhões para formar um amplo ecossistema de saúde a partir do seu programa de benefícios Viva Saúde. Ele será transformado numa plataforma para médicos, laboratórios, planos de saúde, hospitais e clientes. A meta é alcançar algo em torno de 75% dos usuários que não contam com atendimento privado e já estão aderindo a serviços de saúde de algumas redes de farmácias.
“A proposta é democratizar o acesso à medicina e isso nos fez decidir pelo DPSP, tornando o Viva Saúde uma nova empresa do grupo, com potencial de se tornar até maior que as redes de farmácias. A plataforma vai oferecer telemedicina, remédios e tudo que é preciso para uma cobertura completa da saúde”, explica o CEO da TI Saúde, Fred Rabelo.
A tecnologia da TI Saúde, adotada por mais de dez mil profissionais de saúde no país em clínicas e consultórios, já detém cerca de 5 milhões de pacientes ativos e mais de 11 milhões de prontuários e prescrições eletrônicas. Os sistemas oferecem teleconsultas certificadas pelo APP próprio, garantindo segurança e proteção de dados aos profissionais e aos pacientes.
Com a liberação do Conselho Federal de Medicina para a telemedicina por causa do expressivo aumento da demanda causada pela pandemia da covid-19, a startup cresceu rapidamente nos últimos dois anos, inserindo tecnologias que já existiam mas não estavam na realidade dos profissionais de saúde.
A partir das experiências de profissionais e clientes, a telemedicina garantiu seu lugar e não tem mais volta, seja na saúde pública ou na privada. E nessa onda, a plataforma Viva Saúde pretende interligar 10 milhões de clientes e 150 mil médicos em cinco anos, em todo o país.