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Preço dos alimentos deve sofrer novas altas, alerta economista

Horácio Forte, da Fundação Dom Cabral, explica que itens como combustíveis e energia elétrica ainda devem sofrer reajustes nos próximos meses impactando preços. Ceará registrou cesta básica mais cara do NE Da redação Arroz, feijão e leite, itens básicos da alimentação, estão caros e podem ter preços ainda mais altos nos próximos meses. O alerta […]

Horácio Forte, da Fundação Dom Cabral, explica que itens como combustíveis e energia elétrica ainda devem sofrer reajustes nos próximos meses impactando preços. Ceará registrou cesta básica mais cara do NE

Da redação

Arroz, feijão e leite, itens básicos da alimentação, estão caros e podem ter preços ainda mais altos nos próximos meses. O alerta é do economista da Fundação Dom Cabral (FDC) Horácio Forte.

Nesta quarta-feira o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou o preços da cesta básica. É na capital do Ceará onde se encontra a cesta básica mais cara do Nordeste. Os consumidores cearenses pagam em média R$ 552,09 pela cesta com dez produtos básicos para sobrevivência, ou 54% do salário mínimo.

Horácio Forte, economista da Fundação Dom Cabral/Foto: Divulgação FDC

No entendimento de Horácio Forte o aumento da cesta básica está atrelado à ausência de políticas públicas do governo para pequenos e médios produtores. ”Programas assistenciais do governo federal, como o Auxílio Emergencial, deram lugar aos incentivos que poderiam ser criados para esses produtores. Recursos de vários outros setores também foram utilizados para readequação orçamentária, com finalidade de cobrir prejuízos causados pela pandemia”, esclarece.

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Os recentes reajustes dos combustíveis também podem explicar o momento. “Cerca de 85% dos alimentos comercializados são transportados por caminhões que cortam o Brasil. Quando você tem esse quantitativo em rodovias, queimando óleo diesel, isso efetivamente tem um custo muito grande no preço dos fretes, como também no valor do produto final na mesa do consumidor”, declara.

O economista aponta outra causa para os aumentos de preços no Brasil: o crescimento das exportações. “A produção brasileira de alimentos e grãos tem batido recordes, mas os preços aqui não são reduzidos porque, para o grande produtor, financeiramente, é muito mais interessante levar a produção para exportação do que colocar no mercado interno”, disse ele, explicando que esse efeito ocorre por conta do câmbio elevado.

Outro problema para o bolso do consumidor tem sido a energia elétrica, que, por sua vez, teve o preço alterado devido à atual crise hídrica, ocasionada pelos baixos níveis dos reservatórios e pela ativação das usinas termelétricas com o objetivo de afastar o risco de apagão. Além de sentir na conta de casa todo mês, o aumento da energia também tem impacto nos preços dos alimentos, já que eleva os custos das indústrias e do comércio.

Segundo o economista, alimentos, combustíveis e energia elétrica ainda devem ficar mais caros nos próximos meses. “Enquanto o governo federal não alterar a política de seguir o preço de barril internacional e a variação cambial do dólar, vamos ter aumentos constantes a cada duas ou três semanas. É questão de adequação da Petrobrás. Infelizmente não temos órgão regulador para fiscalizar esses preços e a estatal trabalha com monopólio no mercado interno”, afirma.

Qual é a solução?

Consumir menos energia elétrica, fazer uma lista antes de ir ao supermercado e pesquisar preços são hábitos ainda mais necessários atualmente. Para Horácio, rever custos e cortar gastos supérfluos são atitudes que podem ajudar a controlar o orçamento neste momento delicado. “A solução para o usuário final dentro de casa é a readequação orçamentária: deve-se retirar o que é apenas desejável e priorizar o é imprescindível”, aconselha.

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