Eventos: Abeoc defende Perse até 2027

Setor de eventos foi um dos mais afetados pelas medidas de isolamento social durante a pandemia da Covid-19. Milhares de empresas fecharam no país, gerando desemprego em massa. As que sobreviveram lidam com nível elevado de endividamento
Enid Câmara (Abeoc) lidera agenda política intensa em Brasília para defender ampliação do Perse até 2027
Enid Câmara promete agenda política intensa para que o programa criado para socorrer o setor de eventos na pandemia seja estendido e não encurtado/Foto: Abeoc (Divulgação)

Associados e executivos da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) vão estar a partir desta terça-feira (6/2), em Brasília, para uma agenda política intensa, dedicada à defesa da extensão, até 2027, do Programa Emergencial de Retomada do Setor (Perse). A iniciativa, criada no governo Jair Bolsonaro, visa a sobrevivência dos negócios que restaram no segmento depois do impacto devastador da pandemia da Covid-19.

A emergência sanitária global, no período de restrição de atividades econômicas, provocou o fechamento de milhares de empresas de eventos e extinção de empregos em massa no Brasil. O segmento mais afetado foi o de pequenos e médios negócios, que são a maioria no setor.

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Entre as empresas que conseguiram se manter e retomar os serviços na flexibilização e posterior supressão do isolamento social, muitas estão altamente endividadas. De forma geral, a saúde financeira de boa parte do setor se encontra numa situação bastante precária.

Foi nesse cenário que surgiu o Perse em 2021. O programa tinha prazo inicial de dois anos. Em maio de 2023, foi renovado, com vigência até 2026. O ministro da Fazenda Fernando Haddad, no entanto, incluiu o plano emergencial no pacote – anunciado em dezembro – para garantir o cumprimento do déficit zero em 2024.

A proposta do ministério é que o programa seja encerrado em 2025 e as empresas do setor voltem a pagar tributos no próximo ano.

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Entre os atuais benefícios para as empresas de eventos está a alíquota zero de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins incidentes direta ou indiretamente sobre a receita de suas atividades. Segundo Fernando Haddad, esses incentivos representaram uma renúncia fiscal de R$ 16 bilhões em 2023. O valor projetado para 2024 é de R$ 20 bilhões, de acordo com o ministro.

Haddad argumenta que o Perse acabou tendo um impacto quatro a cinco vezes superior ao que foi calculado na sua formulação. Na origem do programa, a previsão era de um custo anual de R$ 4 bilhões.

Rodrigo Pacheco conduziu sessão para extensão do Perse até 2026
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco conduziu a sessão em que foi aprovada a ampliação do Perse até 2026/Foto: Senado Federal (Divulgação)

Setor de eventos quer ampliar apoio no Congresso

A programação da Abeoc na capital federal vai começar, hoje, com uma visita ao Congresso Nacional, visando ampliar o apoio de deputados e senadores para a extensão do Perse.

“Na terça e na quarta-feira, faremos corpo a corpo nos gabinetes dos deputados e senadores com o objetivo de sensibilizá-los sobre a importância do programa”, afirma Leonardo Araripe, presidente da secção da associação no mercado cearense (Abeoc Ceará).

“O setor de eventos e turismo precisa desse tempo de recuperação e o governo federal não pode agora simplesmente decretar o fim de um benefício temporário que comprovadamente está reerguendo o setor e mantendo de pé empresas e empregos em todo o país”, argumenta.

Empresas de eventos farão manifestação na Câmara

Nesta quarta-feira (7), a partir das 15h, será realizada a principal manifestação do movimento: o Ato de Mobilização Nacional em Defesa do Perse, no auditório Nereu Ramos, localizado no Anexo II da Câmara dos Deputados. A Abeoc diz que, até a manhã desta segunda-feira (5), 180 parlamentares entre deputados (156) e senadores (24), sendo 12 líderes, já haviam confirmado apoio à bandeira da Abeoc.

“Estamos organizando uma grande manifestação. Além de representantes do grupo G20+, formado pelas principais entidades do setor de eventos e turismo no Brasil, teremos uma forte presença de parlamentares e empresários neste ato, que será liderado pelo deputado Felipe Carreiras”, detalha Leonardo Araripe

Carreras (PSB-PE) é o autor da lei do Perse. Também vão participar da manifestação, segundo a Abeoc, as relatoras do projeto na Câmara, Renata Abreu (Podemos- SP), e no Senado, Daniella Ribeiro (PSD-PB).

“Essa articulação visa fazer o Governo Lula compreender que estudos e negociações foram feitos durante um ano e meio para a formulação do Perse e que precisamos desse apoio até 2027”, sustenta a presidente da Abeoc Brasil, Enid Câmara.

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