Sexto atracadouro que mais movimenta carga no Brasil, o Porto de Suape completa 46 anos de fundação nesta quinta-feira (07) com uma boa notícia: a chegada do navio MSC Juliette, que marca o início da rota regular e semanal de longo curso entre a costa nordestina e os importantes portos do continente asiático, incluindo o de Singapura.
O MSC Juliette é um porta-contêineres, de classe mundial New Panamax com capacidade máxima de 15 mil TEUs. Um TEU equivale a um contêiner de 20 pés. O navio já atracou às 12 horas desta quarta-feira e tem previsão de saída no sábado (09). Até lá, a embarcação deve movimentar 2.201 contêineres.
Uma nova rota significa mais facilidades para os exportadores e novos negócios que podem ser gerados. A rota é viabilizada pela MSC Mediterranean Shipping Company S.A, uma das gigantes mundiais do setor de transporte marítimo de carga conteinerizada. “No ano passado, fizemos a dragagem do canal externo de Suape. Agora, estamos dragando o canal interno e fazendo a obra de proteção do molhe. Isso tudo é para aumentar a capacidade do nosso porto de receber grandes navios. E hoje, Suape inaugura uma linha que liga o Porto direto com Singapura. É uma nova rota para a economia do nosso estado”, afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti.
Para o diretor-presidente do Porto de Suape, Marcio Guiot, com a consolidação do serviço, o Porto de Suape se posiciona como gateway de contêineres de longo curso na região, possibilitando maior competitividade aos exportadores e importadores do Nordeste”. Ele acrescentou que a atual gestão trabalha na melhoria da infraestrutura do porto, “a exemplo das obras de dragagem e de recuperação do molhe de proteção dos píeres e cais”.
Com a atracação do MSC Juliette, o Nordeste do Brasil ganha a primeira linha direta entre a região ao continente asiático, cuja rota é realizada pelo Oceano Pacífico e Canal do Panamá, com parada em portos do Caribe, na América Central. “
Suape recebeu o primeiro supernavio da classe New Panamax no dia 29 de julho deste ano. O recorde foi protagonizado pela embarcação MSC Orion com capacidade de carregamento de 15 mil TEUs, sendo, até então, a maior registrada no atracadouro pernambucano. Após o marco histórico, a estatal entrou na rota das megaoperações com a capacidade máxima e essa é a sexta embarcação desse nível a chegar ao complexo portuário industrial.
As obras de infraestrutura em Suape
A conclusão da dragagem do porto externo, que atingiu 20 metros de profundidade, é uma das obras de infraestrutura realizadas pela estatal portuária para ampliar a competitividade e reunir as condições necessárias para que navios maiores possam atracar com carga máxima, otimizando as exportações e importações. Já a intervenção no canal interno, que resultará no aprofundamento de até 16,2 metros, tem prazo de conclusão de cinco meses, prevendo a remoção de 3,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos. Os serviços começam nas próximas semanas.
O mesmo pacote de obras inclui a dragagem e a manutenção da bacia de evolução e dos Píeres de Granéis Líquidos (PGLs) 3A e 3B, para aprofundamento até 18,5 metros O custo total das intervenções é de R$ 204 milhões (R$ 104 milhões de recursos próprios e R$ 100 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento/PAC3). Na finalização da dragagem do canal externo, foram investidos R$ 140 milhões.
Está sendo realizado o reforço do molhe de abrigo do atracadouro. A quarta e última etapa da intervenção contempla 1,8 quilômetro da estrutura e já está em andamento, com prazo de conclusão previsto para 47 meses. Este serviço é necessário para diminuir a força das marés altas, permitindo que as operações sejam realizadas com menor interferência de correntes marítimas e ondas. O investimento é de R$ 123 milhões (R$ 73 milhões de recursos próprios e R$ 50 milhões do PAC3).
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