O Compaz vai ser nacionalizado

O Ministério da Justiça está interessado em replicar a experiência recifense do Compaz em outras cidades brasileiras.
O Compaz oferece atividades esportivas aos jovens e vários serviços integrados. Foto: Divulgação/Secretaria Cidadã.

Implantados pela Prefeitura do Recife, Os Centros Comunitáios da Paz (Compaz) vão ser nacionalizados. O Ministério da Justiça, via Secretaria Nacional de Segurança Pública, já iniciou conversas para fazer um projeto que prevê esta expansão pelo País.  “É uma política 100% recifense. A nossa intenção é apoiá-los, mostrando como foi feita desde a parte física até o programa, que é o mix de políticas públicas presentes em várias atividades e serviços que são uma grande ferramenta e promoção de igualdade”, comenta o secretário executivo de Segurança Cidadã da Prefeitura do Recife, Paulo Moraes. 

“Nos locais onde foram instalados o Compaz há uma redução da violência, que é maior no restante da cidade”, comenta Paulo, segundo levantamentos realizados com bases nos dados da Secretaria estadual de Defesa Social (SDS).

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O Recife tem quatro Compaz. O primeiro foi instalado em 2016 no Alto Santa Terezinha (o Eduardo Campos), o segundo em 2017 no Cordeiro (o Ariano Suassuna), o terceiro, em 2019, na Avenida Caxangá  (o Miguel Arraes) e do Coque, que recebeu o nome de Dom Helder Câmara e entrou em atividade em 2020. Na gestão do atual prefeito, João Campos, devem ser implantados mais quatro Compaz. Os estudos realizados pela Secretaria dizem que o Recife tem 16 bairros que precisariam de um Compaz.

Os centros oferecem vários serviços de forma integrada, como reforço escolar, esportes, atividades culturais, biblioteca, apoio a geração de renda das famílias das crianças, psicólogo, dança integrativa, atividades de lazer, mediação de conflitos, entre outros. Nos centros, também é oferecido treinamentos aos jovens voltados para o mercado de trabalho.

Concepção e gestão do Compaz

Responsável pelo modelo de concepção e gestão do Compaz, o secretário de Segurança Cidadã do Recife, Murilo Cavalcanti, diz que a nacionalização do Sefaz é um reconhecimento ao que foi realizado na capital pernambucana, acrescentando que o Compaz contribui para formar cidadãos. “As pessoas tratam o Estado, como o Estado tratam elas. Não há depredação no Compaz. Também não houve roubo, por exemplo, de um computador”, conta. Ele argumenta que as comunidades contempladas com os centros desenvolvem uma relação de pertencimento em relação ao equipamento. 

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A inspiração do Compaz veio da cidade de Medelín, na Colômbia, que já foi um dos lugares mais violentos do mundo e depois foi totalmente pacificado. Murilo viajou 41 vezes a Medelín num período de 18 anos para entender como ocorreu essa mudança por lá. E o que aconteceu na Colômbia foi o embrião do Compaz recifense. “Se entrar numa comunidade pobre, com metralhadora e polícia fosse a solução, o Rio de Janeiro seria o local mais seguro do mundo”, argumenta. Ele acredita que os Compazes podem se tornar uma política de escala e de Estado.  

A nacionalização do Compaz também passou pelo atual secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, que conhece bem a experiência do equipamento no Recife e já fez parte da equipe à frente da gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB), falecido em 2014. O governo do Pará também já implantou 11 equipamentos inspirados no Compaz e pretende implementar 40 até o final da atual gestão.

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