Em 2043, um quarto da população brasileira deverá ter mais de 60 anos contra os 13% atuais, que correspondem a 28 milhões de pessoas, segundo estatísticas do IBGE. Isso provocará uma mudança estrutural no mercado de trabalho, levando as empresas a contratar profissionais mais seniores.
Mas, para que essa mão de obra mais experiente seja absorvida com mais facilidade, precisará de contínua atualização. Estar alinhado com as novas exigências do mercado, porém, vai além de dominar tecnologias.
De acordo com Cristina Sabbag CDO (Chief Diversity Officer), sócia e pesquisadora da Talento Sênior, empresa que atua na inclusão de profissionais 45+ no mercado de trabalho, essa mão de obra experiente precisará de algumas habilidades importantes.
“Os profissionais maduros podem e devem continuar suas carreiras profissionais se assim desejarem. Para isso, é fundamental não deixar se levar pelo etarísmo que desmotiva sua atuação. Porém, é preciso estar atento e sensível às novas exigências do mercado de trabalho. É preciso combater o preconceito com estudo, atualização e conhecimento, com mente aberta para novas formas de fazer seu trabalho”, diz Sabbag. A especialista indica sete atitudes que o mercado espera dos profissionais maduros.
Como ser um bom profissional 45+
Entender o mundo fora das grandes corporações: o mercado aponta novas oportunidades para profissionais maduros, fora das grandes corporações. Para entendê-las é preciso se atualizar sobre novas práticas e tendências do mercado em geral. Cursos que trazem temas atuais, acompanhar estudiosos futuristas, novas tecnologias, metodologias, novos processos e profissões são indicados. Manter-se atualizado é um ‘passaporte carimbado’ para conquistar novas experiências de trabalho;
Saber trabalhar com dados: sabemos que hoje em dia os dados são valores estratégicos para as empresas. Entender e saber interpretá-los é um diferencial importante e bem avaliado pelas empresas;
Identificar suas soft skills: tão importante quanto saber quais são as habilidades comportamentais, que incluem: pensamento crítico, comunicação, letramento digital, multitarefas, alteridade, dinamismo, intraempreendorismo entre outras, o profissional sênior deve identificar quais são as suas principais softskills e ainda buscar constantemente se desenvolver em cada uma delas.
Utilizar seu conhecimento tácito: reconhecer o próprio capital humano (habilidades, experiências e conhecimentos) e quão bem você consegue alavancar esses seus atributos. Mesmo sendo esse tipo de conhecimento mais difícil de ser formalizado e transmitido às outras pessoas, ainda assim é importante não só saber aplicá-los no dia a dia, mas como criar os nexos entre os desafios, pois dele podem surgir futuras inovações;
Aceitar a nova ordem das coisas: é preciso estar atualizado sobre as transformações sociais para conseguir trabalhar com outras gerações. Mudar o ultrapassado conceito de “competição” para o de “construção” e “colaboração”. Um bom exercício é ler livros que nunca imaginou ler ou assistir programas diferentes daqueles que está acostumado. Literalmente, “mudar de canal” é importante para entender as transformações do mundo.
Participar de processos seletivos, cada vez mais digitais: a tecnologia pode e deve ser utilizada para expandir possibilidades e crescimento. O fato de um processo seletivo ser digital não deveria tornar nenhum candidato invisível. Caso isso aconteça, significa que a marca ou a empresa desenvolveu códigos enviesados e precisa reescrevê-los. É preciso usar as ferramentas a seu favor e saber se posicionar. Não descuide de seus perfis nas redes sociais e faça deles uma vitrine do seu conhecimento.
7. Conhecer novos modelos de contrato e rotina de trabalho independente: é preciso entender sobre os direitos e deveres nos novos modelos de trabalho. Flexibilidade, trabalho híbrido, home-office, autonomia, são todas possibilidades reais de ganhos para além da CLT. Se bem planejado, os novos modelos já aprovados em lei, podem ser ótimas opções para o profissional e a marca empregadora.
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