O Nordeste foi a segunda região com maior volume de pessoas em trabalho remoto no País, entre os meses de maio a novembro
Agência Brasil
O grupo de brasileiros que trabalhou de forma remota entre os meses de maio e novembro de 2020 chegou a 8,2 milhões de pessoas, apenas 11% dos 74 milhões de profissionais que continuaram a trabalhar durante a pandemia de covid-19. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).
A maior parte dos trabalhadores em home office em 2020 era da Região Sudeste (58,2%). O Nordeste respondeu por 16,3%; o Sul por 14,5%; o Centro-Oeste, por 7,7%; e o Norte contribuiu cm 3,3%.
O perfil dos profissionais que trabalharam em casa é o seguinte: 56% são mulheres (56%), 65,6% são brancos e 74,6% são profissionais com nível superior (74,6%).
A pesquisa do Ipea tem como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao período de maio a novembro e coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Covid-19).
O estudo do IBGE mostra que o perfil da população em trabalho remoto diverge da composição da população brasileira, que é formada por 51,1% de mulheres, 54,7% de pretos ou pardos e 13,1% de pessoas com nível superior.
Os 74 milhões de trabalhadores citados pelo Ipea são a parte dos 83 milhões de brasileiros que tinham uma ocupação nesse período e continuaram trabalhando. Entre os 8,2 milhões que se afastaram do trabalho, 6,5 milhões fizeram isso por causa do distanciamento social.
Em termos de faixa etária, a pesquisa mostra que os trabalhadores de 30 a 39 anos responderam por 31,8% daqueles que declararam estar em home office. Já na comparação do setor público com o setor privado, o último concentrou 63,9% do total de profissionais em trabalho remoto.
Quando a pesquisa se debruça sobre cada setor da economia, a educação privada foi a que atingiu o maior percentual de trabalhadores em teletrabalho: 51%. Esse percentual foi de 38,8%, no caso do setor financeiro privado, e de 34,7% na atividade de comunicação privada. Por outro lado, os menores percentuais estavam nas atividades de agricultura (0,6%), logística (1,8%) e alimentação (1,9%).
Entre os funcionários públicos, a esfera federal teve 40,7% dos trabalhadores em regime de home office, enquanto a estadual, 37,1%, e a municipal, 21,9%.
No setor público como um todo, 52,2% dos trabalhadores em home office eram profissionais de ensino. Os menores percentuais foram verificados entre policiais (0,5%) e profissionais de saúde (2,1%).