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Gás natural deve ampliar em 15% exportação de sal do RN em cinco anos

Setor prevê redução de custos e aumento de competitividade com o fornecimento de gás natural a partir de 2026 através do Polo Gás-Sal, que já está com 25% das obras executadas
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O Rio Grande do Norte continua como o maior produtor de sal marinho do Brasil, seguido pelo Rio de Janeiro e pelo Ceará. Foto: Divulgação

A indústria salineira do Rio Grande do Norte, que produziu 6,5 milhões de toneladas de cloreto de sódio em 2024, pode elevar, em cinco anos, as suas exportações em 15% com a adesão a uma nova matriz energética que vai aumentar a produtividade e reduzir custos. As 150 empresas responsáveis por 95% do sal extraído no país terão, a partir do próximo ano, a oferta de gás natural com a conclusão prevista de um trecho de 23 quilômetros, conectando a malha existente em Mossoró às áreas industriais da Costa Branca.

O investimento de R$ 56 milhões na nova infraestrutura faz parte do projeto do Polo Gás-Sal, conduzido pela Companhia Potiguar de Gás (Potigás). O edital de construção foi lançado em abril e as obras já ultrapassaram 25% de execução. A previsão da Potigás é que o fornecimento esteja disponível até o final de 2026, inicialmente para atender a indústria salineira e outros segmentos industriais da região.

Em 2024, as exportações de sal marinho do Rio Grande do Norte somaram 412 mil toneladas, contribuindo para um superávit de US$ 289,7 milhões na balança comercial estadual. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), a nova matriz energética tem potencial para elevar em até 15% as exportações do setor no médio prazo, com expectativa de abertura de novos mercados, especialmente na América Central e Europa.

O Polo Gás Sal contempla a implantação de 53 quilômetros de gasodutos sal marinho Rio Grande do Norte
O Polo Gás Sal contempla a implantação de 53 quilômetros de gasodutos para atender ao setor salineiro potiguar. Foto: Carlos Costa/Assecom/Potigás

Ganhos de eficiência e competitividade

Hoje, a matriz energética da indústria do sal é composta por cerca de 60% de energia elétrica e 40% de combustíveis líquidos, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Sal (ABISAL). A substituição parcial por gás natural deverá reduzir custos operacionais e proporcionar ganhos de eficiência de até 20%, além de diminuir emissões de gases de efeito estufa.

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec-RN) considera o projeto estratégico para a indústria local. “Essa mudança fortalece a competitividade do setor e cria condições para aumento das exportações nos próximos anos”, informa a pasta.

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O setor salineiro é composto por cerca de 150 empresas, que geram aproximadamente 70 mil empregos diretos e indiretos, considerando toda a cadeia produtiva, segundo o Sindicato das Indústrias de Moagem e Refino de Sal do RN (SIMORSAL-RN). As empresas do setor são beneficiárias do Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial (PROEDI), que apoia a modernização da indústria local.

Infraestrutura energética e industrial

Além do gasoduto, o projeto do polo gás-sal contempla o uso de cavernas salinas para armazenamento estratégico de gás natural, ampliando a infraestrutura energética da região. Estão em desenvolvimento projetos de cogeração e de uso de sistemas híbridos de energia para reforçar a eficiência da produção.

O Governo do Estado e a Potigás avaliam que essa integração energética deve atrair novos investimentos industriais, com destaque para os segmentos químico e logístico.

Panorama regional

O Rio Grande do Norte lidera a produção nacional de cloreto de sódio, com cerca de 95% do volume extraído no país. O restante da produção nordestina é complementada por Ceará e Alagoas. O consumo brasileiro de sal marinho gira em torno de 7,5 a 8 milhões de toneladas anuais, com estabilidade no mercado interno e potencial de crescimento das exportações.

Leia mais: Sergipe amplia rede de gasodutos e muda matriz energética do Grupo Maratá

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