Atentos à oportunidade crescente dos negócios Brasil-China, o Grupo Teleport e a Associação Comercial de Pernambuco (ACP) vão liderar uma delegação brasileira na 1ª Exposição Econômica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX). O evento acontece de 19 a 22 de outubro, em Macau.
A Teleport é uma start-up pernambucana de ensino à distância (EAD) voltada para cursos de graduação e embarcada no Porto Digital. Já a ACP é a instituição empresarial há mais tempo em atividade no estado.
Nesta terça-feira (6), os parceiros se reuniram, na sede do Softex Recife, com empresários interessados em participar da missão Brasil-Macau/China na C–PLPEX, que reúne empresas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Negócios Brasil-China: prospecção avança em Pernambuco
A missão Brasil-Macau/China é o desdobramento de duas ações: uma viagem da diretoria da ACP ao gigante asiático, realizada em julho, a convite do governo chinês, e a participação do Grupo Teleport, em agosto, no Fórum Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF), maior evento de sustentabilidade do país.
Nessas agendas, a associação e o grupo de EAD viram potencial de incremento dos negócios bilaterais num mercado internacional que fala a mesma língua, o que facilita a integração. Vale ressaltar que em Macau, na costa sul da China, o idioma oficial é o português, já que a região foi um território sob administração de Portugal até 1999.
“A C-PLPEX será, para as empresas participantes, uma excelente oportunidade para expandir as vendas de produtos e serviços”, afirma o CEO do Grupo Teleport, Gildo Neves Baptista Júnior. “A feira vai reunir empresas de praticamente todos os setores econômicos, ou seja, é uma vitrine para os mais diversos segmentos”, resume o presidente da ACP, Tiago Carneiro. O estande da missão brasileira terá 900 metros quadrados.
Negócios Brasil-China: cooperação em alta
A cooperação econômica e comercial entre a China e o Brasil teve grandes avanços nas últimas décadas. A China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil por 14 anos consecutivos. O Brasil, por sua vez, é o primeiro país latino-americano a atingir um volume de comércio de mais de US$ 100 bilhões com a China.
Atualmente, a pauta de exportações das empresas brasileiras para o país asiático inclui desde a carne bovina, café, milho, soja, frango e açúcar até o açaí. Já a China exporta para os brasileiros de roupas a equipamentos de logística, como trens.
Em 2022, o comércio entre os dois países movimentou US$ 171,34 bilhões. A China importou 54,4 milhões de toneladas de soja e 1,11 milhão de toneladas de carne bovina congelada do Brasil, ocupando 59,72% e 41% de sua quantidade total de importação, respectivamente, de acordo com os dados da Administração Geral das Alfândegas da China.
Para o professor de política pública da Universidade Tsinghua (Pequim), Alessandro Teixeira, “o Brasil é um país tão distante do ponto de vista geográfico da China, mas a cooperação dos dois países dá um exemplo para o mundo. Somos economicamente próximos em muitas áreas, como recursos agrícolas, minerais, florestais e técnicos.”
Num cenário de relações econômicas cada vez mais forte entre os dois países, Pernambuco ainda tem muitas oportunidades de incrementar a integração com o mercado chinês, pois ainda se beneficia pouco dessa integração. Em 2022, as exportações do estado para a China somaram US$ 24 bilhões, 0,8% do total. Entre 2020 e 2022, Pernambuco exportou cerca de US$ 51 milhões para o mercado chinês, o que representa 0,69% do saldo geral das exportações, segundo a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas (Agência Condepe/Fidem).
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