Durante o lançamento do movimento que reuniu lideranças políticas e empresariais de Pernambuco em favor da retomada das obras da Ferrovia Transnordestina, na manhã desta segunda-feira (17), a governadora Raquel Lyra disse que seu governo pode “modelar uma PPP” para retomada das obras da ferrovia no trecho pernambucano. A PPP ou Parceria Público Privada, é um formato de investimento que reúne recursos públicos e privados em torno de um empreendimento de interesse comum. O evento desta amanhã ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e reuniu dezenas de empresários.
“O nosso trecho (Salgueiro-Suape) está mais adiantando e liga a Suape, um Porto que tem muito mais capacidade de infraestrutura e logística, além de ser um porto industrial, com capacidade de abrir o Brasil para o mundo”, reforçou a governadora.
Raquel Lyra tem apoio do Consórcio NE
Raquel Lyra disse que a retoma do projeto original é consenso entre os governadores do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste). “Eles entendem que a obra faz parte de um plano de desenvolvimento regional”. A governadora acrescentou que no futuro, todos os estados da região poderão se conectar à ferrovia.
Um dos estados que pode ver isso acontecer mais rápido é a Paraíba, que deseja integrar o Porto de Cabelo à Transnordestina. O governador da Paraíba, João Azevêdo, é o presidente do Consórcio Nordeste e já disse que tem um levantamento pronto de toda a faixa de Cabedelo até a conexão próxima ao Recife.
Presente ao evento o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, lembrou que a autarquia concluiu seu plano de desenvolvimento regional e ele contempla a ferrovia. Na posse de Danilo Cabral, na semana passada, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, sinalizou que o Governo Federal deve revelar os investimentos para a Transnordestina ainda no final deste mês, quando anunciar o novo Plano Nacional de Investimentos.
A expectativa é que o presidente Lula anuncie cerca de R$ 2 bilhões para a obra no trecho pernambucano, que é avaliada em R$ 5 bilhões. O restante, na visão da governadora Raquel Lyra, poderia vir por meio da PPP.
Siderúrgica
Durante o evento, em que se lançou um manifesto assinado por 31 entidades represando indústria, comércio e serviços, o empresário Paulo Sales, presidente do Conselho de Administração do Grupo Moura e da Amcham, e que foi alçado neste governo a presidente do Conselho Administração de Suape, disse que a ferrovia é importante para viabilizar um segundo empreendimento muito relevante que Pernambuco tenta atrair para Suape há décadas: uma siderúrgica.
Liderada por Sales, a Amcham foi uma das organizadoras do movimento a favor da Transnordestina, juntamente com Fiepe e o Grupo Atitude Pernambuco. “A classe empresarial mostrou unidade em prol da Transnordestina”, comentou o diretor executivo do Atitude, Roberto Abreu e Lima.
O movimento que se viu na manhã desta segunda-feira na Fiepe só faz paralelo em importância e força ao que ocorreu no início dos anos 90 do século passado em trono da refiaria. Assim como agora, naquela época todas as forças se uniram e conseguiram trazer a refinaria para Suape, um empreendimento que mudou a pauta econômica do estado com sua chegada.
Entidades que assinaram o manifesto
Além das organizadoras, as entidades que assinaram o manifesto foram: Fecomércio-PE, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Pernambuco (Faepe), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abiamaq), Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (ACIC), Associação Comercial de Pernambuco, Associação Pernambucana de Direito Aduaneiro e Fomento ao Comércio Exterior, Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce), Assespro-PE/PB, Assesuape, Avipe, CDL Recife, Ciepe, Crea-PE, FCDL, Movimento Pró-Pernambuco, Porto Digital, Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação de Pernambuco, Seprope, Sindicato das empresas de Segurança e Transportes de Valores de Pernambuco, Simmepe, Sindaçúcar-PE, Sinduscon-PE, Sindusgesso, Softex, Valexport e Instituto do Vinho do Vale do São Francisco.
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