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Amafil investe R$ 10 mi em AL para ampliar o mercado fit da mandioca

Empresa paranaense vai aumentar unidade de Teotonio Vilela que transforma mandioca em fécula, farinha e massa de tapioca, inclusive para exportação
Amafil Alagoas
Situada em Teotonio Vilela (AL), empresa é responsável por exportar produtos à base de mandioca de Alagoas. Foto: Amafil

A produção de mandioca tem ganhado relevância e contribuído para que Alagoas diversifique sua produção agrícola e consiga exportar sua produção para diversos países. A empresa paranaense Amafil, responsável por exportar derivados da mandioca alagoana, vai investir mais R$ 10 milhões na ampliação de sua unidade, no município de Teotonio Vilela.

Com investimento inicial de R$ 26 milhões, a unidade iniciou sua operação no estado em 2021 e atualmente processa diariamente 300 toneladas de raízes de mandioca.

De acordo com o gerente de exportação da Amafil, Eliel Fonseca da Silva, a mandioca usada na produção de fécula e de farinha, além de massa de tapioca, é toda oriunda de produtores locais.

“Nós acreditamos que podemos transformar a realidade social onde instalamos nossas indústrias, agregando valor à mandioca, uma raiz genuinamente brasileira. Em Alagoas, geramos mais de mil empregos, entre diretos e indiretos, contribuindo também para fortalecer mais famílias alagoanas”, disse.

Além do mercado regional, atualmente a produção alagoana é exportada para países da América do Sul. Eliel disse ainda que a unidade já está em expansão e a projeção é investir mais R$ 10 milhões para construir uma fábrica de farinha e um centro de distribuição, todos localizados na cidade de Teotonio Vilela.

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Segundo o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Antônio Santiago, a cultura da mandioca deu um salto de produção nos últimos anos em Alagoas. Parte desse aumento da produção se deu com a instalação da Amafil e que hoje é responsável pela exportação de derivados produzidos em Alagoas para outros países.

Outro ponto destacado pelo pesquisador é a alternância de culturas em alguns municípios. “Em Arapiraca e toda aquela região, por exemplo, havia predominância de fumo e cana-de-açúcar. Nos últimos dez anos, o cultivo da mandioca aumentou sua área plantada em São Sebastião, Junqueiro e Teotonio Vilela e hoje temos uma área plantada de cerca de 41 mil hectares. Com a abertura de indústrias nessa região e em Maceió, que produzem tapioca e outros produtos focados no mercado fit, temos uma produção bem significativa e importante para a diversificação da produção agrícola em Alagoas”, explicou.

Mandioca ganha relevância na balança comercial

Segundo dados do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, a fécula de mandioca foi responsável por 0,8% do total exportado pelo estado, o que corresponde a US$ 65.324. O percentual pode parecer pequeno, mas é relevante, pois demonstra que outros produtos além da cana-de-açúcar ganham espaço no mercado internacional, mostrando a qualidade do que é produzido no estado e contribuindo para fortalecer a diversificação agrícola e industrial.

Num ranking regional, Alagoas ficou em quinto lugar entre os estados nordestinos em fevereiro e no boletim de abril aparece em sétimo lugar. No mês de abril, as exportações alagoanas somaram US$ 63,1 milhões.

Mandioca
Mercado fit e busca por alimentação saudável impulsionam busca por produtos fora do país. Foto: Divulgação

Para a gerente do Centro Internacional de Negócios da FIEA, Dielze Mello, as tendências de consumo nas indústrias de alimentos e bebidas estão apresentando oportunidades cada vez maiores no mercado internacional.

Os produtos sustentáveis e a busca por fontes de proteínas à base de plantas, produtos veganos e produtos funcionais ganham destaque e promovem uma abordagem mais consciente relacionada às escolhas alimentares, bem como o interesse crescente na relação entre alimentação e saúde impulsiona a demanda por produtos que oferecem benefícios à saúde individual.

Dielze explica que os consumidores buscam opções que vão além do sabor, priorizando alimentos processados de maneira mais saudável e que sejam funcionais, a exemplo do setor orgânico, que apesar dos desafios logísticos e de produção, experimenta um crescimento notável. A União Europeia, Estados Unidos e China lideram esse movimento, evidenciando uma mudança na percepção de que a qualidade dos alimentos está diretamente ligada à saúde e ao bem-estar geral.

“Pensando nisso, temos orientado as empresas que estão na esteira de internacionalização e atendidas pela Federação das Indústrias de Alagoas/CIN, das oportunidades existentes nestes mercados, criando ações preparatórias e de promoção comercial, a exemplo da última ação que fizemos concentrada no setor de Health e Food que trouxemos compradores interessados especificamente neste setor. A fécula de mandioca é um destes produtos que tem ganhado destaque internacional, por suas propriedades nutritivas que se encaixam bem nesse mercado global, não esquecendo do ‘Mercado da Saudade’ que foi criado por brasileiros que moram fora do Brasil e este novo nicho é mais uma oportunidade de vendas”, disse.

Leia Mais: Em busca de sustentabilidade, fazendas de energia solar crescem em AL

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