Uma tecnologia de Realidade Virtual (RV) desenvolvida em Alagoas foi premiada como a melhor aplicação de saúde em um congresso internacional de Patient Experience. O artigo feito pela PhD em Química e Biotecnologia, Jaqueline Maria da Silva, demonstrou a eficácia da inovação para acalmar pacientes antes de serem submetidos à ressonância magnética.
O case foi apresentado pela pesquisadora e sua equipe na 5ª Semana PX, congresso internacional que reuniu de forma online mais de 1.500 pessoas do Brasil, Portugal e Espanha. O artigo concorreu com cerca de 150 trabalhos e foi o único do Nordeste a ser escolhido como finalista.
A experiência irá representar Alagoas no Sebrae Neon 2024, que será realizado nos dias 6 e 7 de junho, em João Pessoa, na Paraíba.
Jaqueline explicou que a tecnologia premiada é um software simulador de realidade virtual, criado para melhorar a experiência de pacientes momentos antes de passar pela ressonância magnética.
O estudo analisou a aplicação em 200 adultos, alguns oncológicos, atendidos no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU/Ufal), em Maceió. Cerca de 15 minutos antes do exame, os pacientes vivenciam uma experiência de relaxamento e imersão, com uso de um óculos de RV. Eles entram em um ambiente de metaverso onde a assistente virtual o conduz uma meditação guiada em meio a imagens de natureza e músicas relaxantes.
Na sequência, fazem um passeio virtual que reproduz em 3D a sala onde será a ressonância. A assistente mostra como é o equipamento, eles ouvem os sons que a máquina irá emitir e recebem orientações de como proceder durante o exame, mantendo a calma.
“Dos 200 participantes, 99,5% dos pacientes se sentiram mais preparados, confiantes e seguros para realizarem o exame. 92% classificaram seu nível de relaxamento após a imersão na Realidade Virtual como ‘Excelente’. Além disso, os exames foram realizados mais rapidamente, já que os pacientes estavam mais preparados”, revela a PhD, que criou a startup RV Saúde para oferecer a inovação ao mercado.
Simulador patenteado
Em Alagoas, o uso da tecnologia já é aplicado pela Santa Casa de Misericórdia de Maceió e na clínica Ultramed, em Arapiraca. Jaqueline conta que o simulador é patenteado e tem certificado de exclusividade pela Junta Comercial de Alagoas, sendo a única empresa a ofertar esse modelo de simulação de RV no Estado.
“Nós temos um modelo de negócio único, de licenciamento de uso, que reduz custos de aplicação e traz inúmeros benefícios para os pacientes, além de otimização para as clínicas e hospitais, que reduzem o tempo do exame e necessidade de repetição por má captação de imagem”, acrescenta.
Outro destaque do uso da realidade virtual é a preparação de crianças para a temida coleta de sangue – terror de muitos pais e filhos. Usando o mesmo recurso do óculo virtual, mas com imersão lúdica e interativa, a tecnologia já vem provando que é também bem-sucedida.
“Para as crianças, nós temos um passeio pela floresta encantada, semelhante a um game. Os pequenos interagem com animais virtuais, têm visão 360 graus de um ambiente lindo e colorido. Os bichinhos conversam com as crianças enquanto os técnicos de laboratório vão dando sequência ao procedimento de coleta. No final, o que era medo, vira até diversão”, explicou.
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