Demanda por milho e soja em AL deve ser de 250 mil toneladas este ano

Alimentação animal puxa alta procura no estado; produção de milho em 2022 ficou em 145 mil toneladas
Plantação de milho em Alagoas
Safra 22/23 de Alagoas produziu somente 145 mil toneladas de milho Crédito: Raul Plácido/SeagriAL

O milho e a soja têm elevado a demanda de grãos para abastecimento de indústrias e setores como a pecuária em Alagoas. Um estudo divulgado por um pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Tabuleiros Costeiros revelou um déficit entre a safra produzida no estado e o consumo interno. A expectativa é que este ano, a demanda do mercado interno seja de 250 mil toneladas de milho e do farelo de soja.

A informação foi do pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Antônio Santiago, que apresentou um panorama do setor durante o encontro técnico realizado na cidade de Arapiraca. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2022/2023 Alagoas teve uma produção de 145 mil toneladas de milho e 19,1 mil toneladas de soja.

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Santiago apontou que há espaço para Alagoas crescer e conseguir atender tanto o mercado interno quanto o externo, mas que há dependência nas condições climáticas favoráveis do ano agrícola.

“A nossa produção é insuficiente para atender o nosso mercado interno, não só do milho e da soja, mas também no caso de arroz e feijão. Temos disponíveis tecnologias para atender as áreas produtivas nas regiões, com uso de sementes melhoradas, manejo de solo com plantio direto, adubação e tudo o que pode nos dar resultados de altas produtividades no campo”, explica o pesquisador.

Segundo Antônio, a alimentação animal tem puxado a demanda pelos grãos no estado, visto que o rebanho bovino e aviário tem crescido nos últimos anos, devido a uma diversificação na agricultura, decorrente de crises no setor sucroalcooleiro, que abriram espaço para que áreas onde antes era plantada cana de açúcar, passassem a receber pastos para gado e soja.

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Antônio Santiago
Pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Antônio Santiago, apresentou pesquisa sobre produção de milho e soja em Alagoas, Foto: Tatiane Bastos/SeagriAL

“Só um grupo industrial do estado absorve quase 120 mil toneladas de milho para alimentação humana e animal. As áreas plantadas de soja e de cultivo de gado vêm crescendo desde 2014, quando o setor sucroalcooleiro enfrentou algumas crises e com isso tivemos redução na área plantada de cana. Essas áreas menos propensas foram destinadas para outras culturas e a pecuária, que foi uma delas, hoje absorve muita proteína derivada da soja e energia do milho”, explicou.

O pesquisador explicou também que essa demanda alimentícia de farelo de soja e milho do gado aumenta na bacia leiteira do estado, já que a composição alimentícia desses animais consiste em palma forrageira, soja e milho.

Para suprir a demanda, Alagoas importa milho de Sergipe, Bahia, Tocantins e Mato Grosso. Já o farelo de soja vem de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Bahia e Sergipe.

A secretária executiva de Políticas Agropecuárias da Secretaria de Agricultura de Alagoas (Seagri), Aline Melo, destacou a importância do debate com produtores e pesquisadores sobre a produção e demandas do mercado interno.

“Nós temos diálogo aberto com todos os setores da agropecuária do estado. O setor produtivo de grãos é um dos mais importantes do agronegócio local porque ele atende principalmente a pecuária alagoana, na alimentação animal. Momentos como esse em que podemos nos reunir e discutir como continuar avançando são importantes”, destacou Aline Melo.

Milho também é usado para produção de etanol

Além da alimentação humana e animal, o milho tem sido utilizado para produção de etanol no estado. A cooperativa Pindorama, no Sul de Alagoas, vem apostando na produção de etanol a partir do milho e do sorgo, grão da família Poaceae, que é usado na produção de alimentos, combustíveis e forragem.

Dados da própria cooperativa apontam que na última safra a produção do biocombustível foi de 9,5 milhões de litros. A alta no preço da commoditie tem feito com que a usina aposte mais no sorgo para a produção de etanol, por se tratar de um cereal mais barato que o milho.

Para saber mais, acesse nosso site.

Leia mais: Etanol de cereais: primeira usina do Nordeste projeta dobrar produção

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