O Grupo João Santos aguarda, nos próximos dias, a homologação do plano de recuperação judicial já aprovado pelos credores, para iniciar a venda de seus ativos imobiliários, majoritariamente localizados em áreas rurais, como a Usina Santa Tereza, em Goiana (PE).
Segundo João Rogério Filho, da PPK Consultoria, que conduz o processo juntamente com o advogado Gustavo Matos, sócio do Matos Advogados, a expectativa é arrecadar R$ 800 milhões com essa desmobilização, verba que será destinada ao pagamento das obrigações tributárias e aos credores da Classe 1, que reúne 23 mil trabalhadores.
Os credores do Grupo João Santos (GJS) aprovaram o plano de recuperação judicial da companhia em assembleia geral realizada em novembro passado, com aval de 58,86% dos credores presentes.
O grupo já havia firmado o maior acordo de transação tributária do país com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), assegurando a quitação do FGTS a mais de 20 mil trabalhadores. O processo nº 0169521-37.2022.8.17.2001, referente à recuperação judicial do Grupo João Santos, tramita na Seção B da 15ª Vara Cível de Recife.
Desde o início do processo de recuperação judicial, foram reativadas duas unidades fabris, passando o grupo a contar hoje com quatro fábricas em operação. Para 2025, a expectativa é o reinício de funcionamento de mais dois parques industriais, caminhando para a retomada de seu protagonismo na indústria do cimento.
Mudança de gestão no grupo
O Grupo João Santos enfrentou uma mudança de gestão a partir de agosto de 2022 e teve seu processo de recuperação judicial iniciado no final de dezembro daquele ano, quando começou um trabalho minucioso de levantamento do patrimônio, dos credores, do passivo e dos ativos. Com pouco mais de um ano de trabalho, o grupo retomou a operação de duas fábricas, somando quatro em atividade em 2023, o que resultou em um faturamento de R$ 1 bilhão.
As atividades do grupo no segmento sucroalcooleiro foram iniciadas em 1934, na cidade de Goiana, em Pernambuco, ampliando os segmentos de atuação a partir de 1951 com a fundação da fábrica de Cimento Nassau, marca reconhecida nacionalmente. Anos depois, mais cinco fábricas foram incorporadas nos estados do Pará, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e Espírito Santo. Posteriormente, o grupo expandiu sua atuação para os segmentos de celulose, agronegócios, comunicação e serviços como táxi aéreo e logística.
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