A empresa holandesa Van Oord iniciou nesta sexta-feira (01) a etapa final da dragagem de Suape. A Willem Van Rubroeck, maior draga do mundo do tipo corte e sucção, de propriedade do grupo belga Jan De Nul, já está em operação no porto pernambucano. Muito esperada, a dragagem vai permitir que Suape alcance a profundidade de 20 metros, contribuindo para o aumento na movimentação de cargas.
Esta última etapa da dragagem do canal externo do atracadouro colocará o porto em posição de destaque no cenário portuário mundial, possibilitando a atracação de embarcações de grande porte com sua capacidade máxima, como navios petroleiros do tipo Suezmax, e tornando o porto ainda mais atrativo para o mercado internacional.
“A obra é necessária para garantir um porto de águas profundas, ação que está alinhada com as obras de ampliação da Refinaria Abreu e Lima. A dragagem também é fundamental para potencializar a operação dos dois terminais de contêineres (o segundo começa a operar em 2026), no sentido de receberem navios com maior capacidade de carga.”, afirma o diretor-presidente de Suape, Marcio Guiot.
Segundo Guiot, há uma grande preocupação ambiental com a obra. Importante lembrar que no mês passado, o Porto de Suape subiu de posição no ranking de maior Índice de Desempenho Ambiental (IDA) entre os 31 portos públicos do país. O atracadouro pernambucano conquistou o terceiro lugar em premiação concedida pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), ocorrida no Terminal Eldorado, localizado no Porto de Santos (SP).
“Um dos aspectos mais importante desta obra é que estamos totalmente comprometidos com a segurança e o controle ambiental da dragagem. Vamos usar uma draga, a maior e mais moderna do mundo, detentora de um sistema que provoca o menor impacto possível”, acrescente o presidente.
Navegabilidade em Suape
A dragagem é fundamental para a manutenção da navegabilidade, garantindo a profundidade adequada para a segurança da navegação, manobras e operações do porto, que funciona ininterruptamente 24 horas por dia, durante os 365 dias do ano. A intervenção está autorizada pelo órgão ambiental estadual e tem previsão de ser concluída até cinco meses.
A administração da estatal portuária informa que adotou todas as medidas necessárias para mitigar o impacto ambiental, em cumprimento às exigências que constam na autorização, como elaboração de programas ambientais; controle e monitoramento da fauna aquática e das águas superficiais; manejo e monitoramento do sedimento; entre outras.
Maior draga do mundo
O contrato com a empresa holandesa Van Oord é de R$ 140 milhões, pagos com recursos próprios. É a primeira vez que a draga Willem Van Rubroeck é utilizada num porto brasileiro. No total, serão removidos, aproximadamente, 1.368.000 metros cúbicos de sedimentos do mar.
“Todo o processo foi acompanhado pelos representantes da Colônia dos Pescadores Z-08 de Gaibu e da Associação de Pescadores e Pescadoras Profissionais em Atividade do Cabo de Santo Agostinho, com entendimento prévio da necessidade da dragagem. Estamos em constante diálogo para encontrar as melhores soluções para garantir o desenvolvimento sustentável do porto”, esclarece a diretora de Infraestrutura de Suape, Renata Loyo.
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