Com o objetivo de apresentar e debater a situação atual e as expectativas dos principais stakeholders para o futuro do seu complexo industrial e portuário, a direção de Suape realiza, nesta quarta (10) e quinta-feira (11), no auditório do centro administrativo da empresa, oficina participativa para apresentação da etapa de diagnóstico da revisão do Plano Diretor Suape 2030.
O plano tem por objetivo revisitar todo o planejamento físico-territorial e estratégico da estatal frente às novas demandas de mercado e aos desafios impostos pelo atual cenário econômico, onde entram questões como produção de hidrogênio verde, terminal ferroviário e um novo terminal de contêiner . O projeto é comandado pelo consórcio formado pelas empresas TPF e Ceplan, vencedor do certame. O prazo total de execução é de 15 meses.
O trabalho encontra-se, atualmente, na etapa de Diagnóstico Situacional, em que foram aprofundados os estudos por 10 eixos temáticos. Como finalização e consolidação dessa etapa, a oficina terá o objetivo de apresentar e debater a situação atual e expectativas dos principais stakeholders para o futuro do complexo.
Eixos
Na quarta (10), serão abordados os eixos temáticos relativos aos aspectos econômicos, saneamento ambiental, infraestrutura de transportes, serviços locais complementares, segurança e suprimento de utilidades. No segundo dia, quinta-feira (11), os temas abordados serão: gestão territorial, questões ambientais, patrimônio histórico e cultural, além dos aspectos sociais e habitacionais.
Para o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão, ouvir os agentes atuantes no território é imprescindível para a definição de estratégias e ações que permitam a consolidação e desenvolvimento participativo na atualização do Plano Diretor de Suape. “Esse esforço tem por finalidade dotar a empresa de um instrumento normativo de planejamento e gestão territorial atualizado, inovador e alinhado às políticas públicas de desenvolvimento do Estado, da região e do país. É essencial para promover o desenvolvimento sustentável do complexo, para compatibilizar, no seu território, o desenvolvimento econômico, à conservação integrada do patrimônio ambiental e cultural, com equidade social”, pontua.
O diretor de Planejamento e Gestão de Suape, Francisco Martins, reforça que a revisão do Plano Diretor é parte de uma série de iniciativas estratégicas importantes para o desenvolvimento do porto e dos municípios localizados sob sua área de influência. “Nessas três primeiras semanas de agosto, nós realizaremos uma série de atividades importantes que fazem parte do planejamento estratégico da empresa. Além da apresentação da etapa de diagnóstico do Plano Diretor, realizamos, na última semana, oficinas de planejamento participativo para elaboração do Plano de Mobilidade de Sirinhaém e do Cabo de Santo Agostinho, que são realizados por Suape. Na semana do dia 15, receberemos uma missão do Ministério da Infraestrutura, que enviará uma equipe de Brasília para que iniciarmos a atualização do Plano Mestre”, explicou.
Cenários
O Plano Diretor Suape 2030 foi elaborado em 2011, após o complexo registrar o período de maior progresso de sua história. Na ocasião, o governo estadual havia anunciado aportes de recursos em investimentos da ordem de R$ 710 milhões. Esse volume era superior aos cerca de R$ 643 milhões já investidos, desde a criação de Suape. Foram elaborados três cenários de referência para orientar a visão de futuro do complexo com metas e objetivos até 2030: de curto, médio e longo prazos.
Com a crise econômica instalada a partir de 2014, Pernambuco sofreu forte redução nas transferências federais, além de maior limitação de acesso ao crédito. Outras variáveis, como queda no Produto Interno Bruto (PIB) e alta no desemprego, mudaram alguns dos cenários previstos. Com tudo isso, muitos planos e investimentos esperados ou iniciados não chegaram a ser concluídos ou retomados. Essa nova realidade econômica, com impacto sobre os diversos sistemas produtivos, exigiu o redirecionamento do próprio modelo de desenvolvimento vigente no país e, consequentemente, no Estado.
Considerando esse cenário e a necessidade de atendimento às demandas de mercado, Suape está promovendo a revisão crítica e atualização dos instrumentos de planejamento, tomando por base o conjunto desses desafios e das novas variáveis e perspectivas para a economia nacional, regional e local, para os próximos anos. Em particular, a revisão do zoneamento atual do complexo, incluindo a atualização do leiaute portuário de Suape frente às novas tecnologias e inovações previstas para o setor, a exemplo da produção de hidrogênio verde.
O Plano Mestre é um instrumento de planejamento de Estado voltado aos complexos portuários, que abrangem os portos organizados, considerando as perspectivas do planejamento de transportes em nível estratégico, que visa a direcionar ações e investimentos nos próximos anos.
Em paralelo à revisão do Plano Diretor, Suape está realizando a elaboração dos Planos de Mobilidade Urbana do Cabo de Santo Agostinho e de Sirinhaém, municípios localizados no território estratégico de Suape. O acordo de cooperação técnica tem por objetivo contribuir para apoiar o poder público municipal a nortear o planejamento de curto, médio e longo prazos no tocante à melhoria do fluxo viário, reestruturação dos modais de transporte coletivo e acessibilidade, incluindo a adequação do espaço público para pedestres e pessoas com mobilidade reduzida.