Nasce o Natura Ventures, um fundo de Corporate Venture Capital (CVC) que vai fazer aportes de recursos em startups e, desse modo, se tornar acionista minoritária desses empreendimentos. A companhia colocou R$ 50 milhões no fundo que devem ser usados nos três primeiros anos. Cada startup pode receber um aporte que vai variar de R$ 2 milhões a R$ 10 milhões. Para isso, as startups têm que estar num estágio seed (capital semente).
Até 15 startups poderão receber investimentos. Gerido pela VOX Capital, o fundo terá 10 anos de duração. “A nossa intenção é buscar startups que tragam inclusão, inclusive geopolítica, que estejam fora do Sul e Sudeste, e que sejam lideradas por mulheres e negros. Não acreditamos que exista inovação sem diversidade e queremos aumentar o relacionamento com as startups do Nordeste”, resume a diretora de Inovação Aberta e Novos Negócios da Natura, Maria Eduarda Vasconcelos de Sá Cavalcanti.
As startups a serem contempladas devem escolher soluções dentro dos seguintes focos: Circularidade e Regeneração – como, por exemplo, soluções regenerativas e novas fontes de valor que transformem sistemas e contribuam para a bioeconomia, com foco na Amazônia, além de novas tecnologias de bioativos e bioinsumos capazes de apoiar uma economia de baixo carbono; Conexão e Experiência do Cliente; Ciclos Prósperos para as Consultoras de Beleza e suas Comunidades e Tecnologias Habilitadoras para Transformação Tecnológicas Emergentes, como a Inteligência Artificial (IA) e o uso de dados.
O fundo vai ser gerido pela VOX Capital, que tem um perfil de investimentos de capital de risco com impacto socioambiental. “A nossa expectativa é de que estas startups ajudem a acelerar frentes estratégicas dentro da Natura”, conta Maria Eduarda. Desde o lançamento – que ocorreu em abril último – a companhia teve contato com 106 startups, sendo que 54 tiveram suas propostas analisadas. “Temos algumas em análise que podem receber investimentos”, afirma a diretora.
As propostas das startups são submetidas a um comitê técnico e “andam de mãos dadas com os negócios e estratégias da empresa”, como diz Maria Eduarda. As startups interessadas podem submeter as suas propostas no Natura Ventures.
A Inovação e a Natura
A Natura trabalha com startups desde 2016 e com inovação aberta há mais de 20 anos. São mais de 50 startups que fazem parceria com a companhia com projetos e testes nas áreas de logística, comercialização, financeiro, Inteligência Artificial (IA) com o uso de dados, entre outras. “As startups trazem uma agilidade que uma grande corporação não consegue ter e soluções que talvez demorassem pra chegar. É uma troca. Nós aprendemos com elas e elas aprendem com a gente “, conta Maria Eduarda.
O Natura Ventures também vai fazer com que a startup contemplada faça parte de um time de Inovação Aberta da companhia dedicado à geração de negócios, incluindo conexões com especialistas das áreas e de suporte para testes de soluções e cocriações. E também possibilita interação com o ecossistema de novos negócios da Natura, como EmanaPay, braço de serviços financeiros voltados às consultoras de beleza.
Fundada em 1969, a Natura possui o maior centro de inovação e perfumaria da América Latina, foi uma das primeiras empresas a defender o conceito da floresta em pé para a Amazônia e também compra de matéria-prima extraída de forma sustentável por comunidades daquela região. Com mais de 3,5 milhões de consultoras em toda América Latina, a rede da empresa é composta por mais de 1000 lojas físicas e franquias, além dos canais de e-commerce web e mobile.
Além da marca Natura, a companhia é dona da Avon e tem operações na Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, México, Peru e Malásia.
*Com informações da Natura
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