
A empresa GoVerde e Metanol Suape 1 Ltda vão implantar uma segunda planta de e-metanol derivado de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário de Suape. O contrato de arrendamento da área foi assinado nesta segunda-feira (09) pela governadora Raquel Lyra e representantes da empresa no Palácio das Princesas. O empreendimento vai demandar um investimento de R$ 2 bilhões.
A homologação do arrendamento da área que a companhia vai ocupar foi publicada no sábado (07) no Diário Oficial de Pernambuco. Será a segunda planta de e-metanol de Suape. A primeira vai ser implantada pela empresa de origem dinamarquesa European Energy.
As obras devem ser iniciadas em 2026 e vão gerar 1.500 empregos diretos e indiretos. Numa primeira etapa, o projeto vai ocupar uma área de 10 hectares. Mas está prevista uma ampliação que pode incorporar mais 20 hectares, totalizando 30 hectares.
A previsão é de que o empreendimento entre em operação até 2028. A Bahia também estava disputando a planta de e-metanol. Este combustível é verde e vai ser usado em navios para substituir o óleo bunker, que é fossil e contribui para o aquecimento global.
A planta da GoVerde será voltada para a exportação do e-metanol para consumidores europeus e norte-americanos da indústria naval e do setor aéreo. Inicialmente, a planta vai ter uma capacidade de produzir 300 toneladas por dia com o começo da operação previsto entre 2027 e 2028. A ampliação do projeto prevê a fabricação de 900 toneladas por dia até 2032.
Com a implantação desta segunda unidade, Suape vai se tornar um cluster de produção de combustíveis de baixo carbono, segundo o diretor-presidente do Porto de Suape, Armando Monteiro Bisneto. “Esses dois megaprojetos são fruto da proatividade do governo Raquel Lyra e do time de Suape, posicionando o nosso complexo entre os primeiros da América Latina com projetos estruturados para o e-metanol”, afirmou Bisneto.
Ele disse também que, pela proximidade do setor sucroenergético com o cluster, as empresas terão insumo garantido para a produção do combustível verde. O cluster também prevê um investimento de R$ 1,2 bilhão em infraestrutura pública e compartilhada -incluindo adaptações na área portuária – a ser usada no transporte dos combustíveis sustentáveis, de acordo com Armando Monteiro Bisneto.
O CEO da GoVerde, Ricardo Junqueira, afirmou que “trata-se de um projeto industrial transformador para Pernambuco e para o Brasil. O e-metanol é uma das soluções mais concretas para descarbonização imediata do transporte marítimo global. Estamos construindo uma cadeia completa, segura e sustentável para fornecimento do combustível verde. A planta em Suape representa um novo capítulo na inserção do país na rota global da descarbonização marítima e industrial”.

Oferta da GoVerde para o arrendamento
A GoVerde fez uma oferta de R$ 14,7 milhões para arrendar a área com um pagamento mensal de R$ 122 mil por um período mínimo de 120 meses. O contrato de arrendamento pode ser prorrogado, no máximo, em até 300 meses.
Com sede em São Paulo, a companhia tem uma das maiores plataformas de Geração Distribuída no Brasil, com mais de 200 pequenas usinas em desenvolvimento, operação e construção em 14 Estados, levando energia a mais de 10 mil clientes, segundo o site da empresa. A empresa tem geradoras de energia solar em algumas cidades do interior de Pernambuco, como Petrolina, Surubim, entre outras.
A companhia já investiu mais de R$ 800 milhões no Brasil e começou a atuar em 2015. Para o e-metanol ser reconhecido como verde, a sua fabricação precisa ser feita a partir do hidrogênio verde, do CO2 verde, utilizando também energia limpa.
A primeira planta de e-metanol a se instalar em Suape, a da European Energy vai produzir o e-metanol a partir do hidrogênio verde, utilizando o CO2 verde, que será fornecido por empresas do setor sucroenergético de Pernambuco e Estados vizinhos, como o Grupo EQM.
Algumas empresas que fazem o transporte marítimo já começaram a usar o e-metanol para descarbonizar as suas atividades, como, por exemplo, a Maerks.
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