Mães metalúrgicas garantem seu espaço na CBA

. A CBA estabeleceu como meta ter 25% dos cargos de liderança ocupados por mulheres até 2025.
Na CBA, lugar de mãe é na metalurgia/foto: divulgação CBA

Alanize Rose, Alice Brainer e Annayce dos Santos têm algo em comum: são mães e metalúrgicas. Até bem pouco tempo, mulher não tinha muito espaço no ambiente da metalurgia pernambucana. O cenário só começou a mudar com a chegada da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) ao estado, há três anos. A CBA estabeleceu como meta ter 25% dos cargos de liderança ocupados por mulheres até 2025.

Numa área predominantemente masculina, chama atenção a presença de tantas mulheres na unidade de transformados da CBA, situada no município de Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife. Hoje, elas correspondem a 16% do quadro total de funcionários da empresa. No recorte dos cargos executivos, a presença feminina corresponde a 21%.

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“A CBA tem o seu olhar voltado para a diversidade e procura priorizar isso nos seus programas de atração de talentos. Já em 2021 tivemos 50% das candidaturas de mulheres no nosso programa de estágio e preenchemos as vagas com 51% delas. Atualmente, contamos com 61,9% de jovens aprendizes mulheres e 55% de estagiárias”, explica Fábio Borchardt, gerente geral de operações da CBA Itapissuma.

De acordo com Borchardt, a empresa não deseja somente atrair mulheres, mas também estimular suas carreiras internamente, para que possam evoluir profissionalmente. “A ideia é promover, cada vez mais, um ambiente de trabalho baseado na inclusão e na igualdade, oferecendo direitos e oportunidades equivalentes para todas as pessoas”, acrescenta o gerente geral da unidade.

Mães veteranas

Alanize Rose, Alice Brainer e Annayce dos Santos são veteranas. Elas assistiram à evolução da presença feminina na metalurgia.

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“Quando iniciei minha carreira na unidade, eram poucas as mulheres no quadro de funcionários. Ao longo dos anos a presença feminina foi aumentando gradativamente, inclusive nas posições de liderança”, recorda Alice Brainer.

Ela ingressou na fábrica em 2002, antes de a unidade ser vendida a CBA. Iniciou como estagiária técnica da manutenção elétrica, na área de folhas. Um ano depois já veio a primeira promoção: foi contratada como planejadora de manutenção.

Mães na CBA Alice Brainer
“Quando iniciei minha carreira, eram poucas mulheres”, recorda Alice Brainer/Foto: CBA divulgação

Focada, enquanto trabalhava nas áreas de refusão, laminação de chapas e manutenção central, Alice, paralelamente, fez sua graduação em engenharia eletrônica. Hoje, ela gerencia a equipe de planejamento e controle da manutenção (PCM). É líder do pilar de manutenção planejada de Itapissuma.

“A CBA é uma empresa que valoriza a diversidade e dá oportunidades de desenvolvimento de carreira. Com isso, consigo conciliar minha vida pessoal e profissional. Mesmo sendo mãe de duas meninas pequenas consigo exercer minhas atividades no trabalho sem prejudicar outros setores da vida”, diz ela, que almeja ocupar nos próximos anos a posição de coordenadora.

Eu não sou fardo!

Alanize Rose é coordenadora de produção de chapas da CBA Itapissuma. Ela comanda uma equipe formada por homens e mulheres. Sob suas ordens, eles operam três importantes equipamentos da produção metalúrgica. Um deles é um laminador por onde passa 100% do alumínio utilizado na planta fabril. Formada em engenharia química, ingressou como trainee quando a planta atual ainda pertencia à antiga Alcoa. No total, são 18 anos de experiência no setor metalúrgico.

Quando iniciou na metalurgia, a unidade de Itapissuma pertencia à Alcoa ( depois vendida à Arconic e, finalmente à CBA) e não tinha nenhuma mulher na operação, apenas duas coordenadoras de produção – ela e outra colega. “A CBA não faz só inclusão, ela nos permite ter equilíbrio em nossa vida pessoal. Meu filho mais velho é autista e eu não conseguira dar conta do trabalho e da minha vida familiar sem o apoio da empresa”, ressalta.

Envolta na rotina de terapia do filho de 9 anos, Alanize tem direito a ficar em home office uma vez por semana, e quando precisa, sai mais cedo para levar o garoto a médicos. “Sem esse apoio, eu teria que desistir de minha carreira para cuidar de meu filho”, conta. Alanize ressalta que em nenhum momento é cobrada por sua situação e as demandas que recebe são ajustadas para sua condição. “Na CBA eu não sou fardo. Por ter esse apoio, trabalho muito mais motivada”.

Como muitas mães de filhos autista, Alanize é a chefe da família. “Conheço muitas mulheres que precisaram deixar de trabalhar para cuidar de seus filhos. Mulheres que foram abandonadas por seus companheiros e ficaram sem condições de ter um emprego”, conta. Por isso, seu trabalho na CBA representa não só um lastro financeira, mas emocional.

“Diversidade, acolhimento e igualdade não podem ficar apenas na teoria. Precisam ser sentidos na prática. Nenhum profissional deve precisar escolher entre a família e o trabalho. É possível conciliar os dois mundos”, reflete.

CBA
CBA promove, regularmente, cursos gratuitos de capacitação feminina em parceria com o Senai/Foto: divulgação CBA

Possibilidade de crescimento

Annayce dos Santos, que hoje atua como operadora de produção na CBA, iniciou sua história com a empresa justamente através do curso voltado para a capacitação de mulheres na indústria. Por incentivo de um familiar que já trabalhava na empresa, ela se inscreveu para se capacitar e concorrer a vagas de operadora de laminação em São Paulo e em Pernambuco. “Senti que essa decisão traria oportunidades valiosas para minha carreira profissional”, conta.

Após entrevistas, realização do curso intensivo e avaliação de desempenho, Annayce foi contratada. “Assim que entrei me senti acolhida por todos, principalmente pela minha equipe. Na empresa, há uma preocupação real com o desenvolvimento dos funcionários, respeitando suas diferenças e necessidades”.

Mães na CBA Annayce
Alanize: “Na CBA eu não sou fardo”/Foto: divulgação

Antes de trabalhar na indústria, Annayce, que passa esse Dia das Mães de 2023 de licença maternidade, já havia atuado como operadora de caixa, vendedora e auxiliar administrativo. “Mas eu já estava em busca de algo novo. E a seletiva da CBA, com a oferta de um curso gratuito, foi a oportunidade que eu precisava para uma carreira profissional com possibilidade de crescimento”, diz ela, que segue com planos para se capacitar e crescer na empresa.

Estratégia de diversidade

Com sua estratégia de diversidade de longo prazo, a empresa quer fortalecer uma cultura organizacional baseada no respeito às diferenças e a favor da pluralidade. A CBA empresa adota algumas iniciativas, como a realização do censo da diversidade, que tem a proposta de mapear a demografia da organização, e o programa “Ser Família”, que amplia o conceito de parentalidade para além das mães, incluindo nos benefícios pais, filhos e filhas adotivos (as) e casais homoafetivos.

Para habilitar cada vez mais mulheres para atuar na área industrial, a CBA promove, regularmente, cursos gratuitos de capacitação feminina em parceria com o Senai. Desde que a iniciativa foi implementada, o número de mulheres na operação fabril já duplicou e nos cargos executivos houve um aumento de aproximadamente 30%. O programa teve início no segundo semestre de 2020, com uma versão piloto em Alumínio (SP). Em 2021, a iniciativa foi expandida para suas unidades de Pernambuco e Minas Gerais. Em sua parceria com o Senai, a CBA já certificou mais de 250 mulheres.

Lucro líquido no 1T23

A CBA registrou um lucro líquido de R$ 89 milhões no primeiro trimestre de 2023, ante R$ 426 milhões no primeiro trimestre de 2022. A variação se deve principalmente à queda da receita líquida, em contrapartida ao aumento do custo de produtos vendidos nos períodos comparados. No quarto trimestre de 2022, a Companhia apresentou prejuízo líquido de R$ 80 milhões.

Outros resultados operacionais também apresentaram oscilação, tanto em comparação ao 1T22 quanto com relação ao 4T22, em função da reversão de um passivo pela venda da Unidade Niquelândia no montante de R$ 121 milhões, além do reconhecimento da primeira venda de créditos de carbono por meio do projeto REDD+ no Cerrado brasileiro.

O volume vendas de alumínio se manteve estável no período (-3%) em relação ao 1T22, totalizando 106 mil toneladas. Apesar das incertezas de curto prazo, a demanda de alumínio no Brasil se demonstrou resiliente no primeiro trimestre de 2023, puxada pelos segmentos de transportes e embalagens (excluindo latas).

A receita líquida consolidada de R$ 1,9 bilhão, alcançada nos primeiros três meses do ano, recuou 16% na comparação com o mesmo período do ano passado, mas permaneceu estável em relação ao quarto trimestre de 2022. Já a receita líquida do negócio de alumínio atingiu R$1,8 bilhão no 1T23, uma redução de 18% comparado ao mesmo período do ano anterior e de 5% comparado ao 4T22. Em relação ao 1T22, o efeito se dá principalmente pela redução de 73% no preço médio do alumínio na LME, entre os períodos comparados.

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