O consumo de energia elétrica no Brasil crescerá em média 2,1% ao ano até 2034. A projeção é da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que publicou trabalho coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) sobre o futuro do consumo energético, com ênfase nas fontes de energia e no papel da eficiência energética nos próximos dez anos. O documento Demanda e Eficiência Energética, publicado no dia 11 deste mês, apresenta as projeções consolidadas, setoriais e por fonte da evolução do consumo.
De acordo com as projeções, os derivados de petróleo continuarão a ser a principal fonte de energia no país. No entanto, espera-se um aumento significativo na participação de fontes mais limpas. A eletricidade, majoritariamente de fontes renováveis, deverá ampliar sua participação em 2,5%, e o gás natural aumentará em 1,6%, consolidando-se como uma opção cada vez mais relevante.
O consumo de eletricidade foi analisado em três cenários possíveis, levando em consideração as incertezas econômicas. A expectativa é de que o consumo total de eletricidade atinja 870 TWh em 2034, com crescimento médio anual de 3,4%. Esse aumento será impulsionado, em parte, pela maior penetração da eletricidade em setores como o residencial e comercial.
O setor industrial se manterá como o maior consumidor de energia, responsável por 44% do consumo total. O aumento da eletrificação, particularmente na substituição do uso de derivados de petróleo, será significativo, especialmente em setores como química e siderurgia.
No setor residencial, a eletricidade continuará a ser a principal fonte de energia, devendo representar mais de 56% do consumo total em 2034. Além disso, a eficiência elétrica nas residências brasileiras gerará uma economia de 14 TWh, resultado de políticas públicas como o Procel e a modernização de equipamentos.
Economia de energia
O caderno também traz importante enfoque na evolução da eficiência energética do país. Estima-se que, em 2034, os ganhos de eficiência energética atingidos representem o equivalente a 6,7% do consumo final energético brasileiro observado no ano de 2023, com uma contribuição de 46% do setor de transportes e de 36% do setor industrial.
Essa economia de energia será alcançada por meio de políticas públicas que promovam a inovação tecnológica e incentivem mudanças no comportamento de consumo, como as ações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Aneel e dos Índices Mínimos de Eficiência Energética.
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