O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e a empresa OnCorp fecharam um termo de cooperação para estimular as usinas pernambucanas a produzirem biogás e biometano. O setor tem um grande potencial para a produção do biogás que pode ser feito a partir da vinhaça, um subproduto do seu processo industrial.
A OnCorp e a Shelll estão à frente do Terminal de Regaseificão de Gás Natural Liquefeito (Regás) que está sendo construído em Suape. “A parceria com o Sindaçúcar tem a intenção de, no futuro, acelerar a produção do biometano e do biogás”, diz o diretor executivo da OnCorp, João Mattos.
“O Sindaçúcar tem a intenção de consolidar sinergias com o mercado de gás. Em Pernambuco, existem investimentos em andamento através da Copergás, OnCorp, da própria Shell e também das usinas que estão procurando participar deste mercado com suprimento sustentável para os polos de consumo”, explica o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha. Ele também é presidente da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio).
O biogás é a matéria-prima para se fazer o biometano, que deve obedecer as especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e pode ser injetado nas redes que distribuem gás natural. “ A OnCorp vai vender o biometano ao gás do terminal. Dentro da nossa cesta, teremos um gás verde”, comenta João Mattos. A expectativa é de que o Regás comece a operar no segundo trimestre de 2025.
Encontro sela parceria em torno do biometano
A primeira reunião sobre o assunto aconteceu na quarta-feira (03) no Palácio do Campo das Princesas e contou com a participação da governadora Raquel Lyra (PSDB), de Renato Cunha, João Mattos, de executivos da Shell que atuam no Brasil e no Reino Unido, do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, do presidente da Copergás, Felipe Valença, e do presidente do Porto de Suape, Márcio Guiot.
A próxima etapa é uma assinatura de um termo de cooperação entre os dirigentes do Sindaçúcar-PE e da OnCorp. A partir do próximo dia 18, serão iniciadas reuniões com executivos das usinas interessadas na iniciativa.
“É importante que o Estado conte com a participação do gás – que tem sua origem no GNL, que é fóssil – e do gás de origem orgânica das usinas”, defende Renato Cunha.
No último dia 1º, o Grupo EQM e a ZEG Biogás, o braço empresarial de biogás e biometano da Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) anunciaram uma parceria para produzir biometano de alta pureza em duas usinas do grupo: a Utinga, em Alagoas, e a Cucau, em Pernambuco.
Os investimentos são superiores a R$ 90 milhões. A capacidade somada de produção, apenas nesta primeira fase de implantação, é superior a 5,6 milhões de metros cúbicos de biometano anualmente.
Enquanto o Grupo EQM disponibilizará áreas para as instalações físicas das unidades e será o fornecedor toda matéria-prima necessária para a produção do biogás, a ZEG será responsável por toda a solução tecnológica para geração do biogás e pela purificação do biocombustível padrão ANP.
A ZEG também será responsável por comercializar com exclusividade todo o biometano produzido nas duas unidades aos seus clientes, sejam eles industriais ou frotistas, que busquem substituir o óleo diesel em seus veículos. A integralização do investimento será feita no curso da implantação com participação igualitária.
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