A Eletrobras está desenhando um plano estratégico de expansão para ampliar sua presença na América do Sul e nele considera diversificar a matriz energética tendo o hidrogênio verde (H2V) como o elemento inovador em sua carteira. A informação foi revelada durante a I Conferência Internacional dos Guararapes, pelo presidente da Chefs/Eletrobras, João Henrique de Araújo Franklin Neto.
Organizado pelo Instituto Iperid, o evento ocorreu na última quinta-feira, no Recife, e se propôs a discutir o futuro do Nordeste. Neste futuro a Chesf/Eletrobras segue protagonista na geração e distribuição regional, mas capturando oportunidades de negócios diante do boom da geração limpa na região.
A expectativa é de que nos próximos anos, o Nordeste receba R$ 150 bilhões em investimentos em energia limpa, inclusive com recursos internacionais, principalmente chineses, que vão entrar com força na geração eólica. “O volume é enorme e não inclui a geração hidrelétrica”, ressaltou Franklin Neto.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a geração eólica saltará de 26,6 GW em 2023, para 34,2 GW em 2027. A solar evoluirá de 10,2 GW para 18,5 GW no mesmo período, assim como crescerá a geração térmica a gás ou Gás Natural Liquefeito (de 16,9 GW para 22 GW), e a de biomassa (de 15,4 GW para 16,6 GW). Na geração hidrelétrica, nuclear, a óleo ou a carvão, a previsão de expansão será restrita.
Importante observar que as duas matrizes que mais crescem estão concentradas no Nordeste e têm capacidade de abastecer toda a região sozinhas. Elas representam 70% da geração total do subsistema Nordeste (conectado ao Sistema Interligado Nacional). Na região, a eólica responde por 90% da geração nacional.
Os números deixam claro que a distribuição se revela como excelente negócio no Nordeste, que precisará de mais linhas para levar aos quatro cantos toda energia gerada localmente. O potencial de investimento da Eletrobras é de R$ 70 bilhões em cinco anos. Parte disso vai para distribuição. No último leilão de transmissão, realizado em julho, a empresa levou o lote 4, com investimentos de R$ 680 milhões para os próximos 24 meses. Mas em um comunicado ao mercado, a ex-estatal informou que, em paralelo, tem uma série de investimentos para reforços na rede já autorizados pela Agencia Nacional de Energia Elétrica. A Chesf tem hoje 900 “acessantes” que usam sua rede para distribuir a energia que geram no Nordeste.
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