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Linha de transmissão da Eletrobras, no Ceará, foi desligada pouco antes do apagão

Somente o desligamento desta linha não explica o tamanho do apagão que ocorreu na terça-feira (15)
linhas de transmissão
Uma linha de transmissão da Eletrobras, no Ceará, foi apagada milissegundos antes das 8h31m durante o apagão. Foto: Agência Brasil

A Eletrobras comunicou na noite desta quarta-feira que a linha de transmissão 500kV Quixadá II/Fortaleza
II foi desligada “por atuação indevida do sistema de proteção milissegundos antes da ocorrência do apagão às 8h31m da terça-feira (15)”, quando a falta de energia atingiu 25 Estados do País mais o Distrito Federal. O apagão foi iniciado às 8h30m.

A linha de transmissão que foi desligada pertrence à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), segundo o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira. A Chesf é uma subsidiária da Eletrobras. O ministro argumentou também que somente o desligamento desta linha não produziria um apagão na proporção do que ocorreu na terça-feira (15), o que também foi dito pela nota da Eletrobras.

Ainda de acordo com a Eletrobras, a manutenção desta linha de transmissão foi realizada em conformidade com as normas técnicas. “As redes de transmissão do Sstema Interligado Nacional (SIN) são planejadas pelo critério de confiabilidade “n-1”, de modo que, em caso de desligamento de qualquer componente, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia” com outras linhas, de acordo com a Eletrobrás.

A companhia informou também que “continua colaborando para a identificação das causas da perturbação, de natureza sistêmica, e dos motivos que levaram aos desligamentos ocorridos no SIN, sob a coordenação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)”.

Polêmica e política

Na tarde da terça-feira, o ministro Alexandre Silveira concedeu uma entrevista coletiva e disse que deveriam ter ocorrido pelo menos duas falhas no sistema para ocorrer um apagão desta proporção. Ele chegou a citar uma sobrecarga de energia numa linha de transmissão do Norte do Ceará como uma das prováveis causas do apagão e disse que devem ter ocorrido pelo menos dois eventos para proporcionar um problema desta proporção. Na coletiva, o ministro também criticou o processo de privatização da Eletrobras que ocorreu no ano passado pelo governo Jair Bolsonaro (PL).

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Logo depois do apagão, a primeira dama Janja e o senador Randolfe Rodrigues se comunicaram nas redes sociais, relacionando o apagão com a privatização da Eletrobras, trazendo a discussão para o lado político, quando esta deveria ser uma discussão técnica mostrando qual foi o defeito que provocou a falta de energia para 29 milhões de brasileiros. No Norte e Nordeste, algumas cidades passaram mais de seis horas sem o serviço, houve paralisação no abastecimento de água em 26 cidades em Pernambuco, entre outras consequências.

Um dia antes do apagão, o então presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, pediu demissão por causa de desentendimentos com os integrantes do conselho de administração da empresa. A Eletrobras tem mais de 40% das linhas de transmissão do Brasil e é responsável por 36% de toda a geração do País. E o governo federal está com uma ação na Justiça pedindo para ser escutado nas decisões da empresa. O governo federal detém 43% das ações da Eletrobras.

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