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Aumento da conta de luz dos pernambucanos pode parar na Justiça

O deputado federal Felipe Carreras (PSB) pretende ingressar com uma ação na Justiça contra o que chama de aumento abusivo.
Ângela Fernanda Belfort
Ângela Fernanda Belfort
angela.belfort@movimentoeconomico.com.br

Os reajustes da conta de luz da Neoenergia Pernambuco serão contestados pelo deputado federal Felipe Carreras (PSB) que pretende ingressar com uma ação na Justiça contra a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na próxima sexta-feira (29). A Aneel definiu os reajustes baseado em números apresentados pela distribuidora. Os percentuais de aumento variaram de 16% (para as usinas solares fotovoltaicas) até 26,90% para alguns tipos de  consumidores rurais. Os clientes residenciais convencionais – que não são de baixa renda – vão pagar 18,78% a mais. O aumento entra em vigor na sexta-feira (29). 

“Este aumento foi abusivo e acima da inflação do período e não condiz com a atual realidade que estamos vivendo depois de dois anos da pandemia. É um momento de fragilidade econômica com alta do desemprego, queda de renda da população, entre outros fatores”, resume Felipe Carreras. A inflação registrada pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM) que geralmente é usado para o reajuste anual deste tipo de serviço ficou em 14,77% entre abril de 2021 e março de 2022. O IPCA, que é a inflação oficial do País, foi de 11,32% nos últimos 12 meses, findos em março último.  

Deputado federal Felipe Carreras
O deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE) /Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

As regras de aumento do preço da conta de luz são definidas pela Aneel e não têm a mínima transparência. O reajuste deste ano foi mais alto por causa do financiamento feito às distribuidoras para pagarem a energia mais cara produzida pelas térmicas em 2021 por causa da crise hídrica que deixou com pouca água os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste do País. 

Além da Justiça, o deputado também acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) numa Proposta de Fiscalização e Controle pedindo para o TCU verificar se as informações prestadas tem embasamento para este reajuste. O TCU é um órgão que auxilia ao Congresso Nacional. O parlamentar também é relator na CDC, da Proposta de Fiscalização e Controle nº37/2021, que pede o acompanhamento do TCU para verificar os reajustes cobrados nas bandeiras tarifárias, que cobram um valor extra na conta dos brasileiros, quando aumenta o custo da geração de energia, como ocorreu na crise hídrica.

Caixa preta, o cálculo da conta de energia

“É uma caixa preta. Ninguém consegue saber realmente o que está sendo cobrado”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, se referindo ao cálculo do reajuste da conta de energia em Pernambuco. Ele argumenta que a maior geração do País é hidráulica (usa a água como matéria-prima) e o preço da energia no Brasil está entre as mais caras do mundo. 

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Essinger argumenta também que até as pessoas do setor têm dificuldade para entender como são elaborados os custos cobrados pela energia no Brasil. Dentro da conta de energia, é cobrado ICMS, que é um tributo estadual, e PIS/Cofins, recolhido pelo governo federal. “O governo do Estado poderia dimunuir a alíquota do ICMS para não onerar o cliente residencial”, defende Essinger. A alíquota do ICMS na conta de energia é de 25%.

Leia também: Fiepe e CDL criticam o reajuste da conta de energia em Pernambuco

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