O mercado de trabalho brasileiro segue em trajetória positiva, com a expansão da ocupação em ritmo superior ao registrado pela força de trabalho. A nota sobre o Desempenho Recente do Mercado de Trabalho, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta sexta-feira (22), aponta que a taxa de desocupação em janeiro deste ano ficou em 8,0%, uma queda de 0,9% em comparação com o mesmo período de 2023. Apesar de uma leve alta de 0,2% na margem, a taxa de desocupação dessazonalizada de 7,6%, apurada em janeiro, manteve-se bem-comportada.
A força de trabalho iniciou um processo de retomada a partir do quarto trimestre de 2023, totalizando 108,5 milhões de pessoas em janeiro de 2024, quando essa população seja 1,0% menor da registrado em junho de 2022 (cerca de 109,6 milhões). Observa-se, por outro lado, um aumento na proporção de indivíduos fora da força de trabalho que não pretendem retornar ao mercado, mesmo diante de oportunidades de emprego. Nos últimos dois anos, essa parcela de indivíduos aumentou de 81,0%, no quarto trimestre de 2021, para 85,4%, no quarto trimestre de 2023.
Os pesquisadores observam que as causas para ficar fora da força de trabalho estão assumindo diferentes proporções. A parte de pessoas inativas devido ao desalento diminuiu de 43,7% para 40,3% entre os quartos trimestres de 2022 e 2023. Aqueles que optam por não procurar emprego no momento devido a estudos também aparecem em menor escala, passando de 12,6%, no quarto trimestre de 2022, para 11,9% em 2023; em contrapartida, houve um aumento da parcela desta população relacionada a problemas de saúde, gravidez e outras questões pessoais, de 18,3% para 22,4%.
Aumento da atividade profissional
Em janeiro de 2024, o número de pessoas exercendo atividade profissional (formal ou informal, remunerada ou não) alcançou 100,4 milhões de trabalhadores, representando um aumento de 2,0% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Adicionalmente, o emprego formal voltou a acelerar, registrando um aumento de 3,3%, contribuindo para a sustentação do nível de formalização do mercado de trabalho brasileiro.
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego também indicam um quadro dinâmico para o emprego formal. Nos últimos 12 meses, encerrados em janeiro, a economia brasileira gerou 1,56 milhão de novas vagas com registro. Os setores que mais se destacaram nesse período foram os serviços ligados a artes, cultura, esporte e lazer (9,3%), os serviços domésticos (8,5%) e a construção civil (6,6%).
* Com informações do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
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