As vendas no comércio cresceram 2,5% em janeiro na comparação com dezembro. É o primeiro crescimento significativo desde setembro de 2023. Na época, o avanço fora de 0,8%.
É também a melhor evolução entre meses seguidos desde janeiro de 2023, quando a alta tinha sido igualmente de 2,5%. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado do primeiro mês de 2024 ajuda a compensar a queda de 1,4% de dezembro de 2023. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, janeiro apresenta alta de 4,1%. Já no acumulado de 12 meses, o resultado é positivo em 1,8%.
Com os novos números, o varejo brasileiro se encontra 5,7% acima do patamar pré-pandemia da covid-19, de fevereiro de 2020, porém 0,8% abaixo de nível recorde, alcançado em outubro de 2020.
“O comércio varejista veio de 2 meses mais fracos, em que os resultados foram bastante abaixo do que poderíamos ter visto. Esse é um comportamento que foi observado não só em 2024, mas também em outros anos, quando, por exemplo, houve queda nas vendas no fim de 2022 e uma recuperação em janeiro”, explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Efeito Black Friday nas vendas
Cinco das oito atividades pesquisadas avançaram em janeiro deste ano. Os destaques foram as de tecidos, vestuário e calçados (8,5%) e de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (6,1%), que tiveram as principais influências sobre o resultado.
O pesquisador do IBGE explica que a evolução significativa de janeiro é também um efeito estatístico da Black Friday, que antecipou para novembro vendas que seriam realizadas em dezembro.
“Setorialmente, os resultados vieram com muita amplitude de crescimento em setores que tiveram queda grande no Natal, depois de concentrar as vendas na Black Friday. Isso aconteceu em tecidos, vestuário e calçados, móveis e eletrodomésticos; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação; e outros artigos de uso pessoal e doméstico, que, juntos, puxaram o crescimento do varejo em janeiro”.
As vendas de tecidos, vestuário e calçados caíram 6,9% no último mês de 2023. No caso de móveis e eletrodomésticos, o tombo foi ainda maior, 7,4%.
Os números de janeiro são comparados com uma base mais baixa de dezembro, sem contar que janeiro é também mês tradicional de queimas de estoque, que estimulam vendas.
Outro setor que teve ampliação de vendas em janeiro foi o de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que cresceu 0,9%. O comportamento desse segmento do varejo é importante, pois é o de maior peso na pesquisa, 55,5%. Janeiro foi o terceiro mês seguido no campo positivo, o que deixou o setor 9,9% acima do patamar pré-pandemia.
Campo negativo
Três atividades ficaram no campo negativo em janeiro: livros, jornais, revistas e papelaria (3,6%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,1%), terceira de maior peso na pesquisa; e combustíveis e lubrificantes (0,2%).
O IBGE identificou que as vendas do varejo em janeiro tiveram alta em 24 das 27 unidades da federação. Em queda, apenas Santa Catarina (1%), Minas Gerais (0,1%) e Maranhão (0,1%).
Em relação a dezembro
Em janeiro, na série com ajuste sazonal, o comércio varejista avançou 2,5%, com resultados positivos em 24 das 27 unidades da federação, com destaque para Mato Grosso (8,6%), Bahia (6,2%) e Acre (4,7%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram três UFs: Santa Catarina (-1,0%), Minas Gerais (-0,1%) e Maranhão (-0,1%).
Na mesma comparação, no comércio varejista ampliado, a variação entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 foi de 2,4%, com resultados positivos em 21 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Tocantins (9,4%), Mato Grosso (8,7%) e Maranhão (7,3%). Por outro lado, seis das 27 Unidades da Federação registraram queda na margem, com destaque para Santa Catarina (-2,1%), Ceará (-1,9%) e Espírito Santo (-1,6%).
Comparação anual
Frente a janeiro de 2023, o comércio varejista nacional avançou 4,1%, com resultados positivos em 25 das 27 unidades da federação, com destaque para Amapá (16,8%), Mato Groso (11,9%) e Bahia (11,8%). Por outro lado, houve queda nas outras duas: Paraíba (-2,3%) e Espírito Santo (-0,7%).
Já no varejo ampliado, na mesma comparação, houve resultados positivos em 23 das 27 UFs, com destaque para Maranhão (23,8%), Tocantins (18,2%) e Amapá (13,5%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram três estados: Roraima (-5,2%), Espírito Santo (-4,2%) e Mato Grosso do Sul (-2,6%). No Acre, houve estabilidade (0,0%).
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