Estudo da Accenture revela: estamos vivendo o “novo normal”

A pesquisa é global e, no Brasil, ela revela que a mudança de hábitos dos brasileiros aponta que os hobbies caseiros são a atividade com maior intenção de gasto nos próximos seis meses Por Patrícia Raposo Um estudo da consultoria global Accenture, o Covid-19 Consumer Pulse*, traz a intrigante revelação de que o lar é o novo […]

A pesquisa é global e, no Brasil, ela revela que a mudança de hábitos dos brasileiros aponta que os hobbies caseiros são a atividade com maior intenção de gasto nos próximos seis meses

Por Patrícia Raposo

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Ficar em casa e se relacionar pela internet: tendência predominante no novo normal /Foto: Pixabay

Um estudo da consultoria global Accenture, o Covid-19 Consumer Pulse*, traz a intrigante revelação de que o lar é o novo campo de batalha das marcas. É nele que as pessoas querem trabalhar, fazer atividades físicas, de lazer e até mesmo se socializar. E isso impacta fortemente o mercado de consumo, os produtos e a forma como esses produtos serão entregues.

E é fundamental que essa tendência global esteja no radar das empresas sob pena de tomarem decisões erradas. Ao analisarmos esse estudo, percebemos que, de fato, estamos vivendo o tão falado “novo normal”, muito anunciado quando a Covid-19 ainda batia em nossas portas.

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Rodrigo Nakazato/Foto: Divulgação Accenture

O estudo foi realizado entre 25 de fevereiro e 5 de março de 2021 com 9.653 consumidores em 19 países. Entre as mudanças de hábitos apontadas pela pesquisa global estão novas regras na alimentação, no consumo de marcas, maior prática de atividades físicas e uma forte tendência de ficar mais em casa. Esse último dado é impactante: 66% das pessoas planejam fazer a maioria das suas atividades de socialização de casa. Isso significa não só trabalhar em casa, receber amigos ou namorar, mas usar a internet para fazer tudo isso com pessoas do outro lado da tela.

Não é à toa. A saúde pessoal ganhou mais atenção entre 6 a cada 10 pessoas. E 24% dos entrevistados afirmaram estar gastando mais tempo com cuidados pessoaisdo que antes da pandemia.

Essa preocupação com a saúde fez com que muita gente mudasse seus hábitos alimentares: 44% das pessoas estão consumindo mais frutas e vegetais desde o início da pandemia, enquanto 36% reduziram o consumo de açúcar e gordura. E 1 em cada 7 pessoas reduziu ou eliminou o consumo de carne vermelha, enquanto 20% passaram a dar preferência a produtos orgânicos.

Além disso, 1 em cada 9 pessoas decidiu adotar uma dieta vegana, vegetariana ou pescetariana desde o início da pandemia e 12% deixaram de consumir bebidas alcoólicas.

O levantamento mostra que essa nova realidade abriu um campo potencial para pequenas marcas e negócios de bairro: a cada 4 pessoas, ao menos 1 aumentou o número de compras de marcas artesanais ou pequenas, que estão disponíveis apenas em seus bairros.

A pandemia também teria proporcionado um regresso à comida caseira, com 22% das pessoas afirmando que estão cozinhando mais agora do que antes da pandemia. E 53% delas disseram que continuarão investindo em novas habilidades, como cozinhar, por meio de aulas online.

“A pesquisa revela que os clientes já não têm as mesmas necessidades e as marcas precisam fazer uma revisão de como segmentam seu público consumidor”, analisa Rodrigo Nakazato, líder de pesquisa Brasil da Accenture.

De fato, a pesquisa mostra que cresceram as oportunidades para negócios das pequenas marcas, para negócios de bairro, para o mercado de atividades físicas e tudo que ele envolve – desde equipamentos até aulas virtuais -, para os produtos orgânicos e veganos, para a psicultura e para novas ferramentas digitais de compras, entregas e relacionamentos.

Cenário Brasil

A mudança de hábitos dos brasileiros aponta que os hobbies caseiros são a atividade com maior intenção de gasto nos próximos seis meses, com 27% dos entrevistados relatando que pretendem gastar mais.

O hábito de ficar em casa está levando 26% da população nacional a planejar gastos com melhorias no lar e 24% com a prática de exercícios em casa. Neste último caso, a razão se deve ao fato de que 31% dos consumidores disseram que passarão a fazer mais exercícios em casa do que faziam antes da pandemia.

O uso de canais digitais segue forte: 92% dos entrevistados asseguram que continuarão usando delivery após a pandemia, 84% disseram que farão mais consultas virtuais, 85% utilizarão mais serviços de clique e retire.

Para 56% dos entrevistados a maior mudança na rotina foi a forma como usam o tempo de lazer. E na faixa etária entre 40 e 55 anos, 84% disseram que o coronavírus fez reconsiderar as suas prioridades (por exemplo: equilíbrio entre vida pessoal e profissional); enquanto 80% estão investindo mais tempo em autocuidados e saúde mental.

“Tudo isso precisa ser considerado na hora de novos passos nos negócios. Será que vale a pena para algumas atividades investirem em estrutura físicas?”, analisa Rodrigo Nakazato.

O aumento considerável em transações virtuais deve permanecer ou crescer ainda mais: pessoas que usavam os canais online para menos de 25% das suas compras antes da pandemia têm quatro vezes mais chances de adquirir mantimentos, bebidas alcoólicas e comida pronta de restaurantes online agora do que antes da pandemia. “Uma cosia é certa, o canal digital passa a ser item básico dos negócios”, diz o líder de pesquisa da Accenture.

*O estudo Covid-19 Consumer Pulse da Accenture foi com consumidores da Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EAU, Espanha, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Reino Unido, Rússia, Suécia e Suíça. No Brasil, foram entrevistados 512 consumidores.

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