Por Juliana Albuquerque
Sem considerar a inflação do período, o preço do diesel nos postos de combustíveis do país está 30,56% mais caro do que o conferido nas bombas em maio de 2018. Naquele período, o valor médio do diesel era de R$3,60 e hoje, de acordo com último levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio do litro do combustível nos postos chegou a R$4,70 no último dia 25.
Nesse levantamento da ANP, contudo, o mais recente reajuste feito pela Petrobras ainda não é refletido, visto que a partir desta quarta (29), de acordo com a estatal, após 85 dias com preços estáveis, o reajuste médio de venda de diesel A para as distribuidoras passará de R$2,81 para R$3,06 o litro.
De acordo com o presidente do Sindicombustíveis-PE, Alfredo Pinheiros, nas bombas, o aumento deve ficar entre R$0,20 a R$ 0,25, em média, uma vez que cada posto é livre para precificar o combustível.
Embora o valor médio de R$0,25 por litro possa não parecer muito, esse aumento de quase 9% no combustível, principal insumo para abastecimento de veículos pesados, como os caminhões, deve elevar para o maior patamar o valor do combustível para o consumidor final desde o início da política de preços da Petrobras, em Julho de 2017.
“Por enquanto não temos nenhuma articulação de paralisação, mas temos reuniões agendadas, uma no Rio de Janeiro e outra no Rio Grande do Sul, em outubro e novembro. Vamos discutir os rumos da categoria diante dessas altas constantes no preço do diesel que tem chegado a consumir, dependendo da região em que viajamos, 60% a 70% do valor do frete cobrado. Pelas contas que fizemos, do frete que cobramos, só ficamos com cerca de 13% para gente. Isso é um absurdo”, afirma Marconi França, caminhoneiro e uma das lideranças em Pernambuco do movimento grevista de 2018.
A Petrobras afirma que o ajuste no preço do combustível é importante para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras. “Reflete parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio.”, diz a estatal.
