A Cooperativa Pindorama iniciou um novo sistema que é pioneiro no Nordeste, a hospedagem de gado de associados e outros produtores, conhecido como boitel. A etapa inicial já conta com duas mil cabeças de gado e a perspectiva é ampliar o número nos próximos meses.
Segundo o presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos, o confinamento teve início no mês de novembro e é realizado no município de Coruripe nas terras da própria cooperativa.
Atualmente, o espaço de três hectares hospeda cerca de dois mil animais. O boitel, como é conhecida essa modalidade de confinamento, possui animais da própria cooperativa e de associados e demais produtores da região.
A ideia é ampliar nos próximos meses a quantidade de animais confinados, transformando insumos para nutrição bovina em um produto de maior valor agregado, como é o caso da proteína animal.
“O gado hospedado passa por um processo muito bem estruturado de engorda, uma vez que a Cooperativa Pindorama é produtora dos insumos necessários para a adequada nutrição de bovinos, como o WDG do milho ou sorgo (contendo cerca de 36% de proteína), levedura da cana, óleo vegetal (coco), bagaço e melaço de cana, pó e quirera de arroz e gérmen de milho”, explicou Klécio.
Como funciona o boitel, o hotel para bois
O diretor técnico da Start Soluções em Agronegócio, Marcelo Araújo, que atuou na construção do projeto da Pindorama, explicou que essa modalidade de confinamento coletivo é uma novidade no Nordeste, sendo o da cooperativa o primeiro a se instalar na região.
“No Nordeste só temos um boitel no Rio Grande do Norte que é de uma marca de carnes. A Pindorama é a pioneira neste formato de confinamento coletivo aqui na região. Eu tenho percebido um crescimento aqui na nossa região, principalmente Pernambuco, Alagoas e Paraíba, de algumas plantas de confinamento, com Alagoas e Rio Grande do Norte se destacando neste cenário”, disse.
O confinamento de boitel possui três modalidades diferentes, onde o proprietário pode pagar a diária de hospedagem do animal, pagar por arroba produzida ou dividir a produção da arroba e os valores de confinamento entre dono do boi e do hotel.
No confinamento próprio, explica Marcelo, o proprietário produz e vende para o frigorífico. Já na modalidade de boitel, existem modalidades que possibilitam uma remuneração para o produtor.
“Uma possibilidade é o produtor pagar um valor, uma diária, como se fosse uma hospedagem para o boi. Isso é acordado de acordo com os custos de manutenção desse animal e no final, o dono do boi é o proprietário, que comercializa os animais para o frigorífico. Isso é uma modalidade diária”, explica.
Na modalidade de arroba produzida, o produtor paga pela quantidade de arrobas que foram produzidas no confinamento, mas o pecuarista continua sendo dono do boi.
Já na modalidade praticada pela Cooperativa Pindorama, existe uma parceria entre dono do animal e proprietário do boitel, onde há uma divisão das arrobas produzidas no confinamento.
“Somos, mais uma vez, os pioneiros no Nordeste ao trazer para Alagoas esse formato de confinamento coletivo. Já notamos que os bois que estão sob nossos cuidados ganharam de uma a duas arrobas de carne, algo muito significativo e extremamente importante para os produtores, principalmente em períodos de seca, onde a pastagem é mais escassa”, explicou Klécio Santos.
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