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Pesquisa aponta insatisfação de 90% do mercado financeiro com governo Lula

Levantamento da Quaest com 102 gestores e analistas revela avaliação do mercado financeiro com o pacote fiscal e a condução econômica da gestão federal
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Apenas 5% dos entrevistados do mercado financeiro consideram a política econômica atual como positiva. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Uma pesquisa da Quaest Consultoria e Pesquisa realizada com 102 gestores e analistas financeiros revelou que 90% deles avaliam negativamente a gestão econômica do governo Lula. O estudo, divulgado nesta quarta-feira (4), indica que o mercado financeiro tem uma percepção desfavorável sobre o pacote fiscal e a condução econômica do país, apontando para uma crise de confiança entre investidores e o atual governo.

De acordo com os participantes, a meta de zerar o déficit fiscal em 2024, considerada um dos pilares do plano, é vista como pouco viável sem ajustes mais contundentes. O levantamento reflete um crescente ceticismo sobre a capacidade de implementação das reformas necessárias, como a tributária e a administrativa, ambas consideradas essenciais para equilibrar as contas públicas e atrair investimentos.

Desconfiança no mercado financeiro

Entre as críticas apontadas, gestores mencionaram a falta de clareza e de medidas concretas no pacote fiscal apresentado. Segundo analistas, a ausência de definições sobre como alcançar as metas propostas gera incertezas. Além disso, a demora na aprovação de reformas estruturantes agrava a percepção de que o governo enfrenta dificuldades em alinhar políticas econômicas com as expectativas do mercado.

O estudo também indica que apenas 5% dos entrevistados consideram a política econômica atual como positiva, enquanto 5% preferiram não opinar. Esse resultado é reflexo de uma crescente preocupação com a instabilidade política e os impactos das decisões econômicas sobre o cenário de investimentos.

Reformas e desafios futuros

Para tentar reverter esse cenário, especialistas apontam a necessidade de avançar com as reformas estruturantes ainda em tramitação, além de apresentar um cronograma claro para as metas fiscais. A Quaest enfatizou que, sem a retomada da confiança do mercado, o governo terá dificuldades para financiar projetos estratégicos e impulsionar o crescimento econômico do país.

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O governo Lula, por sua vez, tem defendido o pacote como uma solução equilibrada para manter a responsabilidade fiscal sem abrir mão de investimentos sociais. No entanto, o descontentamento do mercado evidencia o desafio de conciliar metas ambiciosas com a realidade política e econômica atual.

ministro da Casa Civil, Rui Costa, diz que mercado faz "ataque especulativo"
Rui Costa destacou cenário positivo da economia brasileira e disse que mercado prefere ver outra realidade. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Ministro da Casa Civil vê “ataque especulativo”

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reagiu às pressões do setor financeiro classificando-as como um “ataque especulativo” ao Real. Ele destacou dados econômicos positivos, como a redução do nível de desemprego, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a expansão dos investimentos para sustentar que fatos como a alta do dólar frente à moeda brasileira não encontram amparo na realidade.

“Vivemos duas realidades no país. A da vida real, da economia real, que cresceu 3,2% no ano passado; vai crescer 3,5% [em 2024] e [que registrou] o menor [nível de] desemprego da série histórica”, comentou Costa, referindo-se à atual taxa de desocupação, de 6,2%, menor patamar verificado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua desde 2012.

“Ou seja, é um cenário extremamente positivo. Mas do outro lado, temos um cenário imaginário, de especuladores, que não dá para compreender. De pessoas que colocam o desejo de auferir lucros extraordinários, tentando elevar artificialmente o preço do dólar [e, consequentemente, encarecer] as condições de vida das pessoas”, declarou o ministro ao participar de uma reunião do Conselho Consultivo do Sistema Brasileiro de Inteligência (Consisbin), em Brasília.

Para Costa, as pressões também sugerem haver interesses eleitoreiros. “Como são dois cenários muito diferentes, passa-se uma ideia como se quisessem antecipar o cenário de [disputa eleitoral de] 2026. Parece-me muito mais uma atuação com perfil político, eleitoral, já que a vida real, os números reais, não correspondem a esse ataque especulativo que estamos sofrendo”, comentou o ministro, assegurando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a equipe do governo federal estão “serenos”. 

“Esperamos que, em pouco tempo, esses que fazem ataque especulativo passem, seja pelo prejuízo que vão ter, seja por [força do] convencimento, [por] acreditarem em nosso país”, finalizou Costa.

*Com informações da Agência Brasil

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