O Federal Reserve (FED), Banco Central dos Estados Unidos, decidiu cortar a taxa básica de juros nesta quarta-feira (18), numa decisão que surpreendeu o mercado devido à dimensão do corte. Foram 50 pontos percentuais, o que aponta para o entendimento de que há sinais robustos de controle da inflação norte-americana.
A expectativa do mercado era de um corte máximo de 25 pontos percentuais. O efeito foi imediato no câmbio e no dólar, que está em queda nesta tarde. Para o economista André Perfeito, o FED sinaliza que, com esse afrouxamento mais forte, deve-se “esperar mais cortes – talvez na mesma magnitude – na próxima reunião”.
Para o economista, a decisão impõe limite ao processo de alta de juros no Brasil. “Dificilmente o Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central – BC) irá subir mais que 25 pontos na reunião que termina em poucas horas”.
BC tem chance de ouro
André Perfeito entende que o “BC tem uma chance de ouro nas mãos: se subir em 50 pontos hoje pode sinalizar que será uma alta única e assim, quem sabe, o choque pode servir de freio de arrumação das expectativas de médio prazo”.
O economista analisa uma eventual queda mais forte dos juros nos EUA tem como razão fundamental a leitura pelo mercado que Kamala Harris deve ser a próxima presidente dos EUA.
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A leitura da maioria dos economistas que cobrem EUA é que as políticas apresentadas por Trump seriam, pelo menos à curto prazo, inflacionistas. Este seria o caso em taxar importações ou mesmo interromper ou mesmo deportar em massa imigrantes.
“Seja qual for a decisão ela só vai jogar na cara do mercado financeiro local o quão equivocado foram as pressões para se subir os juros por aqui. Alguns podem argumentar que quem sinalizou altas foi a diretoria do BC em seus comunicados, tese essa que discordo: o BC apenas disse o que o mercado queria ouvir e estava dizendo”.
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