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Pindorama colhe 30 toneladas de arroz de sequeiro na entressafra da cana

Cooperativa plantou arroz de sequeiro em sete hectares de canavial em terras do município de Penedo, Sul de Alagoas
Arroz de sequeiro Cooperativa Pindorama
Arroz tem sido utilizado em áreas de cana como opção para rotação de cultura no solo. Foto: Cooperativa Pindorama

Resgatando a rizicultura em Alagoas, a Cooperativa Pindorama realizou na última semana a primeira colheita do arroz plantado em 7 hectares de canavial, que ficam em terras do município de Penedo, na região do Baixo São Francisco. Ao todo, foram colhidas 30 toneladas de arroz de sequeiro.

A colheita ocorreu durante Dia de Campo, realizado pela direção da cooperativa para comemorar o experimento e mostrar aos associados as possibilidades de incrementar renda rotacionando culturas diferentes no intervalo de renovação da cana-de-açúcar.

Segundo a agrônoma da Unidade de Beneficiamento de Grãos da Pindorama, Cleice Alves, a principal vantagem do cultivo do arroz de sequeiro é suprir a lacuna de produção da entressafra do arroz de áreas alagadas, o que ocorre, anualmente, entre os meses de abril e agosto.

“Com a unidade de beneficiamento, nós precisamos de matéria-prima. E, pensando, também, nessa janela da entressafra da cana, muitas áreas de renovação ficavam paradas durante os quatro meses, então pensou-se em colocar o arroz como alternativa, para que a gente consiga produzir a matéria-prima para a unidade de beneficiamento”, esclareceu Cleice.

A especialista explicou que a produção de arroz em terras altas por hectare é menor do que em áreas alagadas, porém, o arroz é mais resistente a intempéries, e os custos para essa produção são menores, o que torna o negócio viável.

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“Para áreas alagadas, a gente percebe uma produtividade entre 10 a 12 toneladas por hectare, enquanto para o arroz de sequeiro diminui-se essa produtividade, entre 3 a 6 toneladas por hectare. Porém, hoje se tem o melhoramento genético dessas culturas que são próprias para o cultivo do arroz de sequeiro, a gente consegue produzir bem numa área, principalmente porque esse arroz de sequeiro tolera um solo mais ácido e com deficiência hídrica. Enquanto um arroz alagado vai demandar de 1.400 mm a 1.500 mm de água durante seu ciclo, o arroz de sequeiro precisa de cerca de 450 mm a 700 mm de água. Tem um custo mais barato e a Pindorama está tentando reduzir ainda mais esses custos através do uso de biológicos e bioativadores que são produzidos aqui mesmo na Cooperativa”, informou Cleice.

O presidente da Cooperativa Pindorama, Klecio Alves, disse que há um projeto para em 2025 plantar arroz de sequeiro em mil hectares nas áreas de renovação de cana da Cooperativa.

“A ideia é a gente estimular o arroz de sequeiro para a época de entressafra. Esse é um projeto que tem tudo para trazer uma agregação de valor, fomentando a viabilidade econômica do produtor rural, porque ele vai ter mais uma cultura, vai gerar renda no seu lote. Já a população vai ter para consumo um arroz produzido em Alagoas. Ganha a economia local, o consumidor local e o produtor local”, ressaltou Klécio Santos.

Pindorama arroz de sequeiro
Primeira colheita rendeu 30 toneladas de arroz de sequeiro em terras da usina, em Penedo. Foto: Cooperativa Pindorama

Fábrica de beneficiamento ganha força com arroz produzido

Desde maio do ano passado, a Cooperativa Pindorama iniciou o beneficiamento de arroz na fábrica adquirida no município de Igreja Nova. O empreendimento tem favorecido o plantio de arroz nos municípios do Baixo São Francisco tanto de Alagoas quanto de Sergipe, fortalecendo a cadeia produtiva da região.

A unidade tem capacidade de estocagem de 4 mil toneladas e ela consegue beneficiar 70 toneladas de arroz ao dia. Na unidade, estão sendo beneficiados arroz branco dos tipos 1 e 2, que são adquiridos de produtores locais.

O arroz produzido nas áreas de plantio de cana será beneficiado na fábrica e segundo o vice-presidente da Pindorama, Carlos Roberto Santos, irá ampliar a renda dos associados.

“O associado que tiver a oportunidade de, antes da cana, colocar arroz, terá uma rentabilidade maior, mais dinheiro na conta, então o movimento econômico dele melhora.  A gente já tem a indústria, que é o fechamento da cadeia, para fazer a manufatura, lá em Igreja Nova, e colocar no mercado esse produto”, disse.

Leia Mais: Arroz ganha força em AL e vira opção para entressafra da cana

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